Funcionária avaliada por nova Junta Médica - TVI

Funcionária avaliada por nova Junta Médica

  • Portugal Diário
  • 20 nov 2007, 15:53

Ministro das Finanças anunciou que Ana Maria iria entrar de baixa até que a CGA procedesse à reapreciação do caso

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A funcionária pública de Ponte de Lima que exige a reforma antecipada por causa dos seus problemas de saúde foi hoje avaliada por uma nova Junta Médica, no Porto, mas ainda desconhece a decisão.

«Não me fizeram quaisquer exames, mas apenas muitas perguntas, nomeadamente sobre como começou a minha doença, e mandaram-me embora para casa, sem me dizerem se vou para a reforma ou não. Resta-me aguardar pacientemente pela decisão, mas espero que isto acabe de uma vez por todas», referiu à Lusa aquela funcionária pública.

Ana Maria Brandão, 43 anos, funcionária administrativa na Junta de Freguesia de Vitorino de Piães, Ponte de Lima, confessou-se «farta» da «exposição pública» que toda esta situação lhe acarreta e só pede que o desfecho seja conhecido o mais rapidamente possível.

«Ninguém imagina o que tenho sofrido com esta autêntica devassa da minha privacidade», referiu.

Portadora de uma lombalgia e de uma cervicalgia degenerativas, resultantes de uma operação cirúrgica mal sucedida, Ana Maria teve, após três anos de baixa, de regressar ao trabalho, por ordem da Caixa Geral de Aposentações (CGA), depois de uma Junta Médica ter sentenciado que não era «absoluta e permanentemente incapaz para o exercício das suas funções».

Sempre amparada pelo pai, apresentou-se ao trabalho equipada com um colar cervical, que é obrigada a usar dia e noite, uma braçadeira no braço direito e uma cinta lombar, tendo cumprido o horário laboral sentada numa cadeira e encostada a uma parede.

«Se eu peço a reforma é porque mal me posso mexer e sei que não tenho cura. Tomara eu poder sentir-me em condições de voltar ao trabalho e de fazer uma vida normal», desabafou.

Não pode sequer virar uma página de um livro

Ana Maria não consegue escrever, virar uma página de um livro ou jornal, abrir uma porta, pegar numa pasta, andar mais de 20 metros sem ajuda ou ir à casa de banho sozinha.

Ministro das Finanças anunciou que iria entrar novamente de baixa médica

No mesmo dia em que voltou ao trabalho, e perante a exposição mediática do caso, o ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, anunciou que Ana Maria iria entrar novamente de baixa médica até que a CGA procedesse à reapreciação do caso.

Na ocasião, Teixeira dos Santos manifestou a sua «solidariedade» para com o caso de Ana Maria Brandão e sublinhou que «ninguém pode ficar indiferente e insensível» a uma situação destas.

«É obvio que a situação tem de ser reanalisada e reapreciada», disse Teixeira dos Santos, acrescentando ter dado indicações à CGA para «proceder de imediato à reanálise» e para que a funcionária seja «submetida a novos exames clínicos».

Até à reapreciação do caso, a ADSE recebeu instruções para que a funcionária pública continue de baixa médica e não tenha que se apresentar ao serviço na Junta de Freguesia.
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