Quarenta e nove desalojados, dezoito dos quais realojados pela autarquia, é o balanço das dezenas de inundações ocorridas segunda-feira no concelho de Cascais, onde a Protecção Civil está ainda a receber novos alertas de ocorrências, escreve a Lusa.
Segundo o responsável por aquele serviço municipal, Paulo Gaspar, algumas das famílias afectadas pelas chuvas preferiram ficar em casa de familiares e dispensaram a estada num hotel disponibilizado pela Câmara por um período de 48 horas.
Em qualquer um dos casos, a Segurança Social está a avaliar se os munícipes poderão ser hospedados noutros locais, provisória ou definitivamente, ou se terão de regressar às suas habitações.
Paulo Gaspar adiantou que o dia desta terça-feira será dedicado à limpeza de ruas e casas onde as autoridades prestaram socorro na segunda-feira, mas também ao atendimento de novas ocorrências, já que só agora algumas pessoas deram conta de que tinham as caves inundadas.
Ressaca de uma manhã submersa
Lisboa: 360 inundações em casas
Para o final da tarde está agendada uma reunião dos serviços municipais com a Câmara de Cascais, destinada a fazer um balanço concreto dos estragos e dos custos inerentes à sua resolução.
«Vamos tentar fazer um rescaldo. Ainda estamos a juntar os dados das várias autoridades e a lidar com novas situações, mais pequenas», disse o vereador da Protecção Civil, Pedro Mendonça.
No concelho de Oeiras, as autoridades estão também a fazer um levantamento dos danos e a limpar casas e ruas até à noite, depois de a Protecção Civil ter dado resposta a quinhentos alertas.
Segundo o responsável pela Protecção Civil, Vítor Leal, a autarquia realojou duas famílias de Porto Salvo e Barcarena, num total de seis pessoas.
Levantamento dos prejuízos
A Câmara de Setúbal iniciou um levantamento dos prejuízos provocados pelas inundações na baixa da cidade na expectativa de obter ajuda financeira do Governo para os comerciantes, disse a presidente, Maria das Dores Meira.
«Estamos a fazer um levantamento para entregar ao Ministério do Ambiente para ver se as pessoas podem ser ressarcidas, senão na totalidade, pelo menos em parte dos prejuízos que tiveram», disse a autarca setubalense.
As operações de limpeza da cidade, incluindo a remoção de lama e detritos arrastados pela água, estão a ser efectuadas por mais de 400 pessoas, incluindo equipas dos bombeiros sapadores e funcionários da autarquia.
Os comerciantes mais afectados pelas inundações aproveitaram a manhã para recuperar alguns haveres, mas a grande maioria limitava-se a constatar uma perda quase total de todos os bens e equipamentos e alguns nem sequer sabem ainda quando poderão reabrir as portas.
Sines sem água
Sem água desde segunda-feira, a população de Sines tem recorrido ao «avio» nos camiões cisterna e à compra de garrafões nos supermercados, enquanto espera que as torneiras voltem a pingar.
A interrupção do abastecimento público de água, desde as 10h30 de segunda-feira, deveu-se a um deslizamento de terras, causado pelas fortes chuvadas, que provocou a ruptura da principal conduta da cidade, na Estrada da Afeiteira.
O corte de água, que afectou dez mil habitantes de Sines, está prestes a chegar ao fim, com o restabelecimento da rede pública, esta terça-feira à tarde.
Mau tempo: câmaras avaliam prejuízos
- Portugal Diário
- 19 fev 2008, 17:30
Cascais, Oeiras, Setúbal e Sines procedem à limpeza de ruas e habitações
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