No Name Boys: novo detido no âmbito do processo «Fair Play»

Um outro elemento da claque «No Name Boys» foi detido esta quarta-feira no âmbito do processo «Fair Play», suspeito dos crimes de associação criminosa, roubo, incêndio e agressão, disse à agência Lusa fonte ligada ao processo.

A mesma fonte acrescentou que o detido, de 25 anos, será ouvido em interrogatório na quinta-feira e que este terá participado no mesmo rol de crimes por que estão indiciados os alegados coordenadores da estrutura.

Este suspeito não foi detido no domingo, dia em que se desenrolou a operação policial, por não se encontrar em casa, acrescentou a fonte.

Esta nova detenção no âmbito do caso «Fair Play», como foi designado pela PSP, ocorre no dia em que os principais suspeitos conheceram as medidas de coacção, tendo dois deles ficado em prisão preventiva e o terceiro com apresentações diárias às autoridades e proibição de permanência em recintos desportivos.

Quatro arguidos em prisão preventiva

A fonte ligada ao processo adiantou à Lusa que um dos homens colocado hoje em prisão preventiva, de apelido Claro, é o arguido indiciado por mais crimes, cerca de 20, entre os quais associação criminosa, tráfico e posse de armas, tráfico de droga, incêndio, roubo e agressões graves.

Com as duas prisões preventivas hoje decretadas pelo juiz de instrução criminal do processo, passam a seis os arguidos em regime de prisão, quatro em prisão preventiva e dois a aguardar estudo sobre se existem condições de segurança para os colocar em prisão domiciliária, com recurso a pulseira electrónica, como foi decretado judicialmente.

Destes três principais arguidos, dois deles, a quem foi decretada prisão preventiva, saíram cerca das 19:00 das instalações do Tribunal de Instrução Criminal (TIC) de Lisboa numa carrinha celular, enquanto o terceiro abandonou o local, pouco depois, numa viatura ligeira.

O interrogatório judicial destes três principais arguidos terminou cerca das 20:30 de segunda-feira mas as medidas de coacção só foram conhecidas hoje devido à complexidade do processo e à necessidade de ponderação das mesmas, segundo disse à agência Lusa fonte ligada ao Ministério Público.

Fonte do Ministério Público ligada à investigação adiantou à Lusa que os três últimos arguidos ouvidos no caso têm idades entre os 25 e os 35 anos.

Outra fonte ligada ao processo acrescentou que um destes arguidos é considerado «o líder espiritual» do grupo mas que se mantinha prudentemente afastado das actividades da estrutura, chegando mesmo a assistir a jogos de futebol longe da claque, para ter «uma visão estratégica» da actuação da mesma, sendo este alegadamente o elemento que ficou obrigado a apresentações diárias às autoridades

Uma acção policial em que participaram 250 elementos da PSP levou à detenção no domingo de 30 elementos da claque benfiquista, após serem realizadas 40 buscas domiciliárias, nas quais foram ainda apreendidos 11,5 quilogramas de haxixe e 115 gramas de cocaína.

A droga seria usada pelos elementos da claque No Name Boys (não reconhecida pelo Benfica) para financiar deslocações e entradas para assistir aos jogos.