«Na Quinta da Fonte não são todos maus» - TVI

«Na Quinta da Fonte não são todos maus»

Comunidade Cigana da Quinta da Fonte manifesta-se por novas habitações

Câmara de Loures preocupada com os confrontos entre as duas comunidades do bairro

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O presidente da Câmara Municipal de Loures atribuiu os desacatos dos últimos dias no bairro Quinta da Fonte a uma minoria de habitantes, mas admitiu que neste momento os elementos de etnia cigana não têm condições de regressar às suas casas.

«Na Quinta da Fonte não são todos maus. Há uma minoria de grupos que actuam ao cair da noite. Estão, segundo sei, identificados», declarou o autarca em conferência de imprensa, após uma reunião com alguns elementos da comunidade cigana e o advogado desta.

«Tenho a indicação de que naturalmente será a outra comunidade [africana] a atacar, uma vez que é a comunidade cigana que está a ser atacada», respondeu Carlos Teixeira, questionado pelos jornalistas.

O autarca disse ter a esperança de que as duas comunidades, cigana e africana, encontrem um entendimento durante a reunião desta tarde no Governo Civil de Lisboa.

No entanto, a autarquia já entrou em contacto com a Segurança Social para tentar encontrar um alojamento temporário para as famílias ciganas que abandonaram o bairro, dado que a autarquia não tem neste momento fogos disponíveis, para além dos da Quinta da Fonte.

«Foi um erro»

O presidente da Câmara de Loures admitiu que foi um erro colocar 2.500 pessoas no bairro Quinta da Fonte, apesar de reconhecer que na altura não havia muitas soluções devido à Expo 98.

«O erro foi juntar 2.500 pessoas num bairro e despejá-las. Mas também não quero acusar os meus antecessores [da CDU]. Era importante que a Expo 98 se realizasse e foi a opção na altura», afirmou em conferência de imprensa Carlos Teixeira, eleito pelo PS.

O bairro da Quinta da Fonte, na freguesia da Apelação, concelho de Loures, foi edificado para acolher desalojados pela construção dos acessos viários à Expo 98 e tem 2.500 habitantes de várias etnias.

Apesar desta crítica, Carlos Teixeira defende o modelo seguido actualmente no bairro Quinta da Fonte, onde se juntam várias etnias.

«O ideal é que todas as comunidades consigam partilhar conhecimentos e experiências. Não podemos criar guetos, pôr os africanos de um lado, os ciganos noutro e os portugueses de origem portuguesa no outro. Nós procuramos integrar as comunidades», defendeu.

Carlos Teixeira sublinhou aliás a «limpeza e qualidade» da Quinta da Fonte e as boas condições das infra-estruturas (onde inclusivamente há uma casa da cultura), acrescentando que sempre foi dada uma atenção muito especial ao bairro.
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