Ministério garante que está a contratar profissionais para o Hospital de Setúbal - TVI

Ministério garante que está a contratar profissionais para o Hospital de Setúbal

Diretores dos serviços demitiram-se em bloco, mas o Governo diz que problemas estão a ser resolvidos

O Ministério da Saúde está a acompanhar a situação no Hospital de Setúbal, onde esta quarta-feira se demitiram em bloco 87 diretores. Em resposta à TVI24, a tutela diz que já foram autorizadas contratações nas especialidades de Ortopedia, Ginecologia/Obstetrícia, Anestesiologia, Cardiologia, Pneumologia, Medicina Intensiva e Oncologia Médica.

Estas contratações vão juntar-se aos médicos especialistas contratados no último concurso, que decorreu em julho.

O Centro Hospitalar de Setúbal vai ainda lançar um concurso internacional para ampliar o espaço. Este concurso decorrerá durante a primeira quinzena de outubro, numa obra que representa um investimento de 17,2 milhões de euros, e que deve estar terminada em 2023.

O Centro Hospitalar de Setúbal e os seus profissionais de saúde mantêm o empenho em prestar os melhores cuidados de saúde à população", assegura o Ministério da Saúde.

Essa situação foi também confirmada no Parlamento pela ministra da Saúde. Marta Temido reconheceu a existência de problemas, que refere serem nacionais.

Ainda assim, e segundo divulgou, foram contratados ao longo desta legislatura mais 376 profissionais, dos quais 36 eram médicos. Já este ano, revelou a governante, foram contratados "mais oito profissionais médicos", tendo sido esta semana autorizada a contratação de outros oito médicos.

Após a demissão na semana passada do diretor clínico do Hospital de Setúbal, Nuno Fachada, a Ordem dos Médicos, sindicatos e diretores de serviço do Hospital de Setúbal reuniram-se de emergência por causa da falta de médicos e das várias demissões naquela unidade hospitalar.

No final da reunião de emergência, o presidente do conselho sub-regional da Ordem dos Médicos, Daniel Travancinha, veio esta quarta-feira avançar que "há 87 pedidos de demissão de diretores de serviço e diretores de unidades funcionais do Hospital de São Bernardo".

Após a queda da capa da pandemia para a justificação das lacunas graves, mantêm-se a falta de investimento na fixação de médicos e outros profissionais de saúde, quer em condições de trabalho, quer em incentivos materiais", continuou, lembrando que faltam médicos e que há um "envelhecimento humano do Serviço Nacional de Saúde (SNS)".

O presidente do Sindicato Independente dos Médicos afirmou na TVI24 que a atual situação no Hospital de Setúbal é "um caos anunciado". Jorge Roque da Cunha critica a ausência da divulgação do concurso público de ampliação do espaço.

O responsável afirma que esta situação de dificuldade no Serviço Nacional de Saúde foi identificado ainda antes da pandemia, altura em que já estava "no limite".

Os problemas existem há muito tempo", referiu.

Ainda assim, Jorge Roque da Cunha vê com bons olhos o facto de a ministra da Saúde admitir a existência de um problema. Sobre a demissão dos 87 diretores em concreto, o presidente do sindicato fala na demora da execução de um projeto, que vai já em oito anos, e que ainda está em processo de concurso.

Expondo dados concretos, explica que o serviço de obstetrícia daquele hospital devia ter 21 médicos, sendo que atualmente tem 11, dos quais dois estão impedidos de exercer funções. Além disso, sete destes médicos têm mais de 55 anos, que "não podiam nem deviam fazer urgências, e que têm mais de 500 horas extraordinárias".

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