O Ministério Público (MP) de Peniche pediu, esta quarta-feira, pena de prisão para uma arguida de 23 anos que está a ser julgada pelo crime de homicídio, por alegadamente ter matado a mãe com ácido sulfúrico.
De acordo com a Lusa, nas alegações finais do julgamento que decorreram, esta quarta-feira, no tribunal de Peniche, o procurador do MP disse que «a medida da pena deve ser ponderada a todo o sofrimento da vítima». O MP concluiu que a arguida, de 23 anos, não só teve intenção de matar a mãe, de 54 anos, como planeou o crime «dois meses antes», quando comprou um garrafão de ácido sulfúrico para o efeito.
Depois de, na primeira sessão do julgamento, ter confessado a autoria dos factos, a arguida voltou também a repetir esta quarta-feira «estar arrependida» do crime.
De acordo com a acusação, para se vingar por a mãe não a ajudar, a arguida engendrou um plano para a matar e, no dia 24 de julho de 2013, levou consigo o garrafão e dirigiu-se a Peniche, onde a mãe residia. Quando ficou sozinha com a progenitora, e numa altura em que se deslocavam na rua, abriu a mochila onde trazia o garrafão e despejou-o sobre a mulher, doente oncológica dependente de uma botija de oxigénio.
Nas alegações finais, a advogada de defesa pediu a alteração da qualificação do crime de homicídio qualificado para homicídio privilegiado. A defesa alegou que a agressora não só agiu em resultado de uma vida toda em que cresceu sem o apoio da mãe, como também possui um défice cognitivo e tem traços de esquizofrenia e psicopatia, apesar de ser imputável, como concluiu uma perícia psiquiatria.
«A arguida precisa de uma medida de apoio mental e não uma pena de prisão», sublinhou a advogada.
O coletivo de juízes, presidido por António Centeno, agendou para 19 de junho a leitura do acórdão.
A vítima foi transportada de helicóptero, de urgência e em risco de vida, para a unidade de queimados do Centro Hospitalar de Lisboa Central, onde morreu a 20 de agosto.
A arguida apanhou um táxi para fugir da cidade e, apesar de ter sofrido também queimaduras ao ser atingida com salpicos do líquido, não se dirigiu ao hospital.
A arguida, que tinha sido condenada em 2012 por ofensas à integridade física infligidas sobre outra pessoa, foi detida dois dias depois nas Caldas da Rainha pela PSP está em prisão preventiva.
MP pede prisão para jovem que matou mãe com ácido
- tvi24
- AR
- 11 jun 2014, 17:03
Alegações finais em Peniche: defesa pede alteração da qualificação do crime de homicídio qualificado para homicídio privilegiado
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