MP quer pena máxima para «matador das aldeias»

O Ministério Público (MP) pediu esta terça-feira pena máxima (25 anos de cadeia) para o chamado «matador das aldeias», que está a ser julgado em Vila do Conde pela alegada prática de cinco homicídios qualificados de idosos, um deles tentado, noticia a Lusa.

Além dos homicídios, a acusação imputa-lhe nove crimes de coacção sexual, um deles na forma tentada, e a prática de 12 roubos, um dos quais tentado. «Só pode ser condenado a 25 anos de cadeia», disse a procuradora Carla Pimenta, nas alegações finais.

A procuradora considerou provados 25 dos 27 «hediondos e perversos» crimes imputados a Camilo M., 45 anos, um homem com antecedentes criminais desde os 16 anos de idade. Carla Pimenta admitiu apenas que ficaram por provar o roubo e a coacção sexual sobre um dos idosos, uma vez que este não reconheceu Camilo M. como autor dos alegados crimes.

A procuradora considerou o arguido imputável, apesar de técnicos lhes atribuírem uma psicopatia moderada, dizendo que tem consciência dos crimes praticados num período em que se encontrava em liberdade condicional. «Tudo na ânsia de dinheiro e de se excitar sexualmente», sublinhou a representante do Ministério Público.

Apesar de ter negado em audiência a maioria dos crimes que lhe são imputados, o arguido admitiu-os quer em depoimentos à Polícia Judiciária, quer, por duas vezes, a juízes de instrução criminal, frisou.

Em tribunal, Camilo M. admitiu apenas ter concretizado dois dos crimes de que foi acusado, o do assassinato à machadada de um casal de idosos em Canidelo, Vila do Conde, a 23 de Janeiro de 2005.

Os factos da acusação remontam ao período entre Maio de 2004 e Janeiro de 2005, altura em que Camilo M., 45 anos, natural de Santa Maria da Feira, terá cometido um total de 27 crimes contra 14 idosos residentes na zona de Vila do Conde.