Correios: greve atinge os 87,7%

A adesão no primeiro dos dois dias de greve nos Correios atingiu no turno da noite 87,8%, segundo o sindicato, mas a administração aponta para que a paralisação seja inferior a 27%, informa a agência Lusa.

«No turno que começou às 00:00 horas e terminou às oito da manhã, a adesão atingiu os 87,8% dos 1.254 trabalhadores das centrais de correio e dos transportes postais de Lisboa, Porto e Coimbra», disse Vítor Narciso, secretário-geral do Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações (SNTCT), uma das cinco estruturas sindicais que convocaram a paralisação.

Estes números são contestados pela administração dos CTT - Correios de Portugal, que afirma ter indicações de que a adesão será inferior à registada na greve de 25 de Fevereiro, que segundo a empresa foi de 27,1% e de acordo com os sindicatos se situou nos 72%. Fernando Marante, dos CTT disse não ter ainda números exactos sobre a adesão, mas considerou o número avançado pelo sindicato «uma alucinação».

Esta quarta-feira, o SNTCT fez publicar na imprensa uma carta aberta ao primeiro-ministro, José Sócrates, onde, em tom irónico, sugere a recondução da actual administração dos CTT como forma de promover «o engrandecimento do sindicato».

A greve de dois dias foi marcada depois de na passada semana, nove sindicatos (dos 14 existentes nos CTT) terem assinado um novo Acordo de Empresa (AE), documento que rege as relações entre a empresa e os seus funcionários. Os sindicatos que não assinaram justificam a decisão com o facto de as propostas da empresa serem «demasiado gravosas», nomeadamente a cláusula referente à caducidade dos acordos.