Açores: bombeiros suspendem trabalhos no local da derrocada

Os trabalhos de remoção de escombros e limpeza da zona afetada por uma derrocada na ilha de S. Miguel, nos Açores, foram interrompidos cerca das 09:30 (10:30 em Lisboa), por questões de segurança.

«Vamos interromper imediatamente o trabalho, já o tínhamos pensado mas também agora por conselho do laboratório regional de engenharia civil, que já está no terreno. A opinião deles é também que se interrompa imediatamente e é o que vamos fazer, por questões de segurança», disse aos jornalistas o presidente da Câmara da Povoação.

Carlos Ávila falava no lugar do Burguete, freguesia de Faial da Terra, concelho da Povoação, onde perto da meia-noite uma derrocada atingiu três casas, provocando a morte a três pessoas.

«Estes homens, esta noite, trabalharam em condições de grande perigosidade e nós agora é que vemos quanto foi perigoso eles estarem a trabalhar durante toda a noite», acrescentou o autarca, referindo-se aos mais de 50 bombeiros e elementos da Proteção Civil que durante toda a noite resgataram as famílias afetadas, evacuaram todas as casas da zona e retiraram escombros até encontrar os corpos de todas as pessoas que tinham sido dadas como desaparecidas.

«Aquilo é lama que ali está, cheia de pedras, que não estão consistentes e a qualquer momento vão vir por ali abaixo», acrescentou, indicando a escarpa que deslizou.

Carlos Ávila disse ainda que todos os moradores da zona do Burguete, cerca de dez famílias, vão ficar alojadas provisoriamente na Casa do Povo do Faial da Terra, até estarem reunidas as condições de segurança para poderem voltar às suas habitações.

Os bombeiros e os elementos da Proteção Civil já abandonaram a zona afetada, tendo o acesso ao local da derrocada ficado interdito.

Uma das casas afetadas, na qual viviam dois irmãos que morreram, ficou totalmente soterrada e outras duas estão parcialmente destruídas, constatou a Lusa no local.

As ilhas dos Açores estão sob avisos meteorológicos por causa das previsões de mau tempo, sobretudo chuva e vento, escreve a Lusa.