Covid-19: "Não podemos descurar uma segunda vaga", avisa Governo - TVI

Covid-19: "Não podemos descurar uma segunda vaga", avisa Governo

António Lacerda Sales

Secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, diz que o SNS está a preparar-se para retomar a atividade assistencial fora Covid-19, mas que o perigo ainda não passou

O secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, afirmou, nesta segunda-feira, na conferência de imprensa de balanço da Covid-19, que Portugal tem de estar preparado para uma segunda vaga da doença, numa altura em que as medidas de confinamento estão na iminência de ser aliviadas.

Não podemos descurar uma potencial segunda vaga", afirmou o governante, depois de conhecido o boletim da Direção-Geral de Saúde que elevou para 928 o número de mortos por Covid-19 em Portugal, havendo ainda mais de 24.000 infetados.

Numa altura em que a "taxa de ocupação nos cuidados intensivos é de 57%", Lacerda Sales diz que o Serviço Nacional de Saúde está a trabalhar em "pista dupla", de modo a permitir o regresso à atividade assistencial e continuar a trabalhar na recuperação dos casos positivos de Covid-19.

É muito importante que o Serviço Nacional de Saúde continue a dar resposta às necessidades e para isso é importante o empenho de todos em salvar vidas. Ao mesmo tempo, os serviços estão a preparar os seus planos para que a resposta fora do Covid-19 continue a acontecer. É um trabalho contínuo, que está a ser feito num trajeto duplo, pelas instituições de saúde, adequando a recuperação da atividade assistencial, seja de consultas, cirurgias ou exames, a cada situação específica. Estamos convencidos de que também aqui o SNS será capaz de dar um sinal da sua resposta e da sua força", apontou Lacerda Sales.

O governante reiterou, por isso, que o SNS está a preparar-se "para as duas eventualidades", ou seja, "retomar a atividade assistencial programada que ficou para trás (...) e a possibilidade de aparecer uma segunda onda".

Quanto às escolas, e ao retomar das aulas presenciais para alunos do 11.º e 12.º anos no próximo dia 18 de maio, a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, disse que estão, neste momento, a ser trabalhadas pelos ministérios da Saúde e da Educação "regras muito concretas", mas que tanto doentes como alunos "vulneráveis" poderão ser alvo de medidas de exceção.

Há um conjunto de regras, que todos conhecemos e que serão aplicadas a estas escolas e turmas. E, depois, vão ser estudadas situações específicas. E uma das situações específicas que terá de ser vista, praticamente caso a caso, é a situação dos docentes, mas também dos discentes, que possam ser mais vulneráveis. No caso dos docentes, não apenas no critério da idade, como calcularão, mas porque alguns docentes poderão ter situações de patologia de doença de base que justifique alguma situação específica. Essas situações serão analisadas em conjunto com as autoridades de Saúde. O mesmo se aplicará a um aluno imunossuprimido ou com uma doença grave de base, que poderá ter uma situação de exceção. São medidas que estão a ser trabalhadas neste momento, segundo regras básicas e depois especificando para o grupo escolar, e etário em particular, regras muito concretas."

Média de 12.800 testes diários na última semana

A média diária de testes de diagnóstico à Covid-19 entre os dias 18 e 25 de abril foi de 12.800, revelou, ainda, o secretário de Estado da Saúde.

Desde o dia 1 de março foram realizados cerca de 357 mil testes de diagnóstico, 78% dos quais em abril. O Norte e o Centro do país são as regiões com maior número de testes. Na última semana, de 18 a 25 de abril, foi feita uma média de cerca de 12.800 testes por dia", avançou o governante.

Do total de testes, 47,6% foram realizados nos laboratórios públicos, 44,4% em laboratórios privados e 8% noutros laboratórios, nomeadamente, da Academia, especificou.

Neste momento, são já 18 laboratórios universitários a processar amostras. Este envolvimento de todos, das universidades, dos nossos investigadores e dos nossos cientistas é crucial para o nosso sucesso coletivo", assinalou.

Mais 7,9 milhões de máscaras

Portugal vai receber esta semana 7,9 milhões de máscaras cirúrgicas e quatro milhões de respiradores, num total próximo de 12 milhões, avançou, ainda, Lacerda Sales.

"Sobre equipamentos de proteção individual, que são fundamentais nesta batalha, prevê-se a chegada esta semana do mercado externo de 7,9 milhões de máscaras cirúrgicas, bem como de quatro milhões de respiradores FFP2 e FFP3", anunciou.

Lacerda Sales sublinhou, ainda, que, paralelamente, "o mercado interno está também cada vez mais a dar respostas, estando prevista a entrega, esta semana, de uma quantidade significativa de equipamentos, como luvas, batas, toucas e máscaras provenientes da indústria nacional", sobretudo para reforçar a proteção dos profissionais de saúde.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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