Mais cocaína apreendida na Europa

A Europa é o terceiro lugar do mundo onde é confiscada mais cocaína, atrás da América do Sul e do Norte, indica um estudo conjunto do Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência (OEDT) e da Europol, escreve a agência Lusa.

O estudo - intitulado «Cocaína: uma perspetiva da União Europeia no contexto global» - dá uma visão de como a cocaína é produzida e introduzida na União Europeia (UE) pela via do tráfico, os intervenientes, as rotas e a dimensão do problema na Europa. E como, por exemplo, se tornou um destino importante para a droga produzida na América do Sul.

Em 2007, cerca de 73 800 apreensões, nos Estados-membros da UE, Croácia, Turquia e Noruega, resultaram na intercepção de quase 77 toneladas de cocaína e que levaram a Europa ao terceiro lugar no "ranking" de droga confiscada em todo o mundo, logo a seguir à América do Norte e do Sul.

As três principais rotas de tráfico de cocaína para a Europa são a rota do Norte, Central e Oeste Africana.

Os dados apontam ainda para uma mudança dos pontos de desembarque nas principais regiões, que funcionam como portas de entrada na Europa - Península Ibérica e região flamengo-holandesa (Bélgica e a Holanda) -, bem como para a extensão das redes de tráfico para Leste.

Segundo o relatório já referido, isto aumenta o risco de o consumo de cocaína se estender para os países da Europa Central e Oriental, que até à data têm sido menos afectados.

Em 2007, as apreensões mundiais de carregamentos ilícitos de permanganato de potássio - o precursor químico utilizado na produção de cocaína - atingiram 153 toneladas. Mais que em 2006, que se ficou pelas 101 toneladas.

A Colômbia foi responsável por 94 por cento da cocaína apreendida em 2007 (144 toneladas), mas devido à maior vigilância a América do Sul estará a usar África como território de passagem, refere o relatório.

As cada vez mais sofisticadas técnicas de ocultação e contrabando de cocaína destinada ao mercado europeu são também um dos temas abordados no documento.

Existe uma técnica inovadora que consiste em incorporar a pasta base ou cloridrato (HCI) de cocaína noutros materiais (por exemplo, cera, plástico, roupa), procedendo depois à sua extração em laboratórios especiais. Só em 2008 foram desmantelados na Europa 40 destes laboratórios.