Ainda há poucas mulheres em cargos administrativos

As mulheres continuam a estar pouco presentes nos conselhos de administração de empresas. Num total de 162 mil empresárias, seis por cento estão presentes nestes conselhos, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgados esta quinta-feira, véspera de Dia Internacional da Mulher.

Os dados do INE, citados pela agência Lusa, correspondem às 20 maiores empresas portuguesas, cotadas na Bolsa de Valores de Lisboa, o PSI20.

Ainda assim, se tivermos em conta a participação das mulheres em cargos de chefia, percebemos que essa diminui à medida que aumenta a dimensão da empresa: ou seja, nas microempresas, a representação feminina em funções de direção ou gestão era de 34% em 2012, uma valor que desce para os 13% no caso de grandes empresas, revela um estudo Informa D&B.

Mais: entre 2010 e 2012, a percentagem de empresas com gestão exclusivamente feminina aumentou de 9,5% para 11%, tendo sido esta «a alteração mais significativa» do período em análise.

Mas em comparação com outros países da União Europeia, Portugal está a 7,7 pontos percentuais da média que, no início de 2012, contava com 13,7 por cento de mulheres presentes em administrações.

Assim, as empresas portuguesas continuam longe dos valores estabelecidos pela União Europeia, que pretende que apenas 60 por cento dos cargos de administração sejam atribuídos a homens. Mesmo assim, as mulheres destacam-se como empreendedoras. Em 2011, 162 mil mulheres eram empregadoras, o que corresponde a 35 por cento do total nacional.

Os dados apontam para um maior investimento nas áreas do comércio, alojamento, restauração, indústria transformadora, atividades de saúde e apoio social. As empresárias têm uma idade média de 43,1 por cento e uma em cada quatro tem curso superior.

Há, também, mais mulheres a ocuparem cargos de «dirigente». Quase 109 mil mulheres estão nesses cargos, o que representa um total de 5,2 por cento. Estas mulheres são mais jovens e mais qualificadas: 36 por cento tem curso superior. O INE indica, também que estas mulheres casam-se menos e divorciam-se mais.

O INE também verificou como é a presença de mulheres entre empresas mais antigas e empresas recém-criadas. Estas empresas mais recentes contratam mais homens, ao inverso das mais antigas, que contam com 46,6 por cento de mulheres, no total de trabalhadores.

O estudo verifica ainda quais são as profissões onde as mulheres estão mais presentes. Três em cada quatro profissionais de saúde são mulheres e três em cada cinco estão na área da educação (sete em cada dez professores são mulheres). Mais de metade das pessoas que trabalham em alojamento e restauração são mulheres.

Segundo os dados obtidos durante o Censos 2011, 47,8 por cento da população empregada pertence ao sexo feminino.