«Face Oculta»: novas buscas e mais um arguido

Actualizado às 16:10

Novas buscas foram realizadas pela Polícia Judiciária durante a última noite. De acordo com informações recolhidas pelo tvi24.pt, dessas diligências resultou mais um arguido. Trata-se, segundo refere a TVI, de um engenheiro da EDP.

Confrontado com este caso, José Sócrates apenas comentou: «Não tenho mais nada a dizer a não ser isto. Não comento processos judiciais.»

No total foram já constituídos 14 arguidos neste processo que envolve altos quadros de empresas com suspeitas dos crimes de corrupção, tráfico de influência, associação criminosa e falsificação de documentos, incluindo o administrador do BCP, Armando Vara, e o presidente da Rede Eléctrica Nacional (REN), José Penedos, bem como o seu filho Paulo Penedos, advogado de uma das empresas de Manuel José Godinho, principal arguido do processo.

«Face Oculta»: todo o processo

O único detido, o empresário Manuel Godinho, entrou esta manhã, no edifício do DIAP/Juízo de Instrução Criminal de Aveiro para primeiro interrogatório de arguido detido.

Manuel José Godinho chegou ao edifício do tribunal num carro da PJ e à entrada sorriu para os jornalistas e não prestou declarações.

O interrogatório teve uma pausa para o almoço, por volta das 14 horas, endo o arguido regressado pelas 15:15.

Questionado pelo tvi24.pt, Manuel Godinho referiu que está a prestar declarações. Aos jornalistas, o arguido foi parco em palavras, afirmando apenas que o interrogatório está a decorrer «normalmente».

Da parte da manhã, foi-lhe (re)lido o mandado de detenção e adiantados mais pormenores que fundamentam essa medida.

Face Oculta: a ligação dos Penedos ao PS

Quanto à notícia da RTP, que apontava para o facto da Polícia Judiciária temer que Godinho fugisse do país por ter dupla nacionalidade, o advogado cível da família, Melchior Gomes esclareceu ao tvi24.pt, «depois de ter confirmado com a família do senhor Godinho», ser «rigorosamente falso» que aquele tenha dupla nacionalidade.

Ainda assim, uma outra fonte disse que o empresário tem também nacionalidade brasileira há cerca de cinco anos, país onde possui, aliás, uma casa.

Recorde-se que o caso incide sobre o grupo económico de Aveiro, que integra a empresa O2, Tratamento e Limpezas Ambientais S.A, dedicada à gestão e tratamento de resíduos.

Vários gestores e quadros de empresas são suspeitos de favorecer a empresa aveirense na adjudicação de contratos na área da gestão de resíduos, mediante a oferta de contrapartidas económicas para quadros e gestores das empresas.

À porta do tribunal, o aparato de jornalistas e câmaras não deixava indiferente os funcionários do edifício, que chegaram mesmo a exaltar-se quando os media fizeram menção de filmar e fotografar os sacos pretos repletos de restos de papel, e outros resíduos, que saíam do edifício.

«Logo no dia em que o tribunal vai ouvir o rei das sucatas, caricato, não é?», comentava-se no exterior do edifício.