Politécnico de Beja admite fecho de mais cursos - TVI

Politécnico de Beja admite fecho de mais cursos

Sociedade

Responsável disse que o corte «dificilmente será compensado através do aumento das receitas próprias da instituição»

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O presidente do Instituto Politécnico de Beja (IPB) admitiu esta terça-feira que a instituição poderá fechar mais cursos para compensar o corte de cerca de um milhão de euros nas transferências do Orçamento do Estado (OE) para 2012, noticia a agência Lusa.

O IPB tem «em curso um conjunto de medidas com vista à racionalização da oferta formativa e contenção das despesas de forma a acomodar financeiramente os impactos do corte nas transferências do OE na ordem de um milhão de euros», disse Vito Carioca.

Segundo o responsável, que falava na sessão comemorativa dos 32 anos do IPB, o corte «dificilmente será compensado através do aumento das receitas próprias da instituição, o que, inevitavelmente, obriga a medidas de excepção».

No âmbito da racionalização da oferta formativa, Vito Carioca disse que o IPB, após terem sido conhecidos os resultados do concurso nacional de acesso ao Ensino Superior, foi «de imediato» obrigado «a suspender duas licenciaturas e duas edições pós-laborais».



«Foi necessário agir e assim o fizemos» e, actualmente, o IPB tem «cerca de 20 cursos» ao nível de licenciaturas, disse, frisando que «talvez» é «possível ir mas longe» na racionalização da oferta formativa da instituição.

Neste momento, o IPB tem um grupo de trabalho, no qual as quatro escolas da instituição estão representadas, para «estudar essa hipótese», disse.

Segundo Vito Carioca, o IPB está também «a estudar o impacto financeiro» dos cursos de especialização tecnológica, que «são subfinanciados e dificilmente suportáveis no actual quadro financeiro».

O IPB «muito provavelmente» vai ter que «reduzir» a actual oferta de 16 cursos de especialização tecnológica «para um número substancialmente inferior», numa «solução de compromisso» entre as vantagens e o impacto em termos de despesa dos cursos.

Trata-se de uma «decisão difícil», porque o IPB, no actual ano lectivo, duplicou o número de candidatos aos cursos de especialização tecnológica, mas devido ao actual quadro financeiro é uma «medida inevitável» e que só poderia ser evitada com a alteração do modelo de financiamento daqueles cursos, disse.

Ao nível dos mestrados, disse, o IPB assistiu a um «aumento da procura», já que «elevou substancialmente o número de candidatos», o que é «reconfortante» e «reforça o papel do IPB ao nível da formação ao longo da vida».

No entanto, frisou, para «analisar» a oferta formativa e «perspectivar o futuro», o IPB não pode limitar-se às questões da procura, já que o sistema «obriga a ter em conta um conjunto de variáveis», como a qualificação do corpo docente com o grau de doutor, para que os cursos sejam acreditados.

Neste sentido, existe «um contrassenso» entre as exigências de acreditação e a proposta de lei do OE para 2012, ou seja, «entre a necessidade de ter um corpo docente qualificado e a impossibilidade de o contratar», frisou.

Vito Carioca revelou ainda que em 2011, no distrito de Beja, onde o IPB é «a única oferta pública de Ensino Superior», «somente foram investidos 1,1 por cento da despesa incluída no Orçamento do Estado com toda a rede de Ensino Superior», num total de pouco mais de 12 milhões e 244 mil euros.
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