CGTP e UGT em iniciativa mundial pelo «trabalho digno»

A CGTP e a UGT vão estar esta terça-feira na rua com iniciativas em defesa do «Trabalho Digno», no âmbito de uma jornada mundial, e vão aproveitar para chamar a atenção para os problemas laborais nacionais, escreve a Lusa.

As duas centrais sindicais portuguesas aderem à iniciativa internacional de forma diferente e em separado, mas com o mesmo objectivo: promover e divulgar o conceito de trabalho digno.

«Para nós a concepção de trabalho digno tem a ver com trabalho e com direitos, na harmonização social do progresso», disse o dirigente da CGTP, Arménio Carlos.

A Intersindical decidiu associar-se à jornada convocada pela Confederação Sindical Internacional (CSI) e apoiada pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), com a realização de tribunas públicas, ao longo da semana, sobre o «Trabalho com Direitos, Progresso e Desenvolvimento».

Desemprego e precariedade «aumentaram imenso»

Esta terça-feira, vão estar dirigentes e activistas sindicais dos distritos de Lisboa, Setúbal e Santarém numa tribuna junto ao Ministério do Trabalho para discutir os principais problemas sentidos pelos trabalhadores destas zonas.

Arménio Carlos disse ainda que vão falar da evolução do desemprego nos últimos três anos e da precariedade laboral, «que aumentaram imenso, contrariamente ao que foi prometido pelo Governo».

As desigualdades na distribuição da riqueza, a perda de poder de compra dos salários e a revisão do Código do Trabalho serão outros dos temas a debater pelos sindicalistas da CGTP.

Recolha de assinaturas da UGT

A Inter considera que «a abordagem do trabalho digno é indissociável das posições definidas no Programa de Acção e Carta Reivindicativa, aprovados no 11º congresso, e por isso vai reafirmar a necessidade de crescimento real dos salários, a mudança do modelo de desenvolvimento do país e uma nova visão para o futuro do sector produtivo».

A UGT vai promover a recolha de assinaturas em defesa de «Trabalho digno, Vida digna» em 11 locais diferentes de Lisboa, Porto, Coimbra, Aveiro, Évora, Faro, Leiria, Portalegre, Madeira e Açores.

«Agir para melhorar as condições de vida e de trabalho» vai ser o lema da UGT, em que vai reafirmar a defesa do crescimento dos salários e pensões, do emprego de qualidade e da redução da pobreza e das desigualdades.

A iniciativa internacional vai envolver acções em vários países e abranger muitos sectores de actividade, nomeadamente um conjunto alargado de greves na Bélgica e uma manifestação em Paris.