Engenheiros procuram uma vida melhor na Noruega - TVI

Engenheiros procuram uma vida melhor na Noruega

  • Portugal Diário
  • José Luís de Sousa, Lusa
  • 27 fev 2008, 19:50
Noruegueses recrutam engenheiros portugueses no ISEC (Lusa/Paulo Novais)

EURES recruta jovens licenciados com empregos na área naval

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Dezenas de jovens engenheiros, uns desempregados, outros que largaram as funções que ocupavam por opção ou pensam fazê-lo, rumaram esta quarta-feira a Coimbra, oriundos de localidades do norte e centro do país, atraídos por propostas de empresas norueguesas.

«Se a oportunidade for interessante vou. Estou empregada, mas estou à procura de melhor, não que não esteja satisfeita com o que tenho mas as perspectivas em Portugal não são as melhores» disse Joana, uma engenheira de 28 anos, do Porto.

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A jovem deslocou-se a Coimbra para participar numa iniciativa de recrutamento de licenciados em engenharia, promovida pela rede europeia de serviços de emprego (EURES) e que conta com a participação de cerca de 40 empresários noruegueses. «Vim para ver o que têm para oferecer, para já não é nada definitivo», disse.

Joana pretende saber o tipo de trabalho que a espera - a área de Engenharia Civil é uma onde existem propostas norueguesas de emprego - e também a remuneração.

Conhece as condições de vida naquele país do Norte da Europa através de amigos - dois casais de engenheiros a exercerem funções na indústria naval - que rumaram à Noruega «há seis meses» também no âmbito da EURES.

Em busca de melhor nível de vida

Igualmente formado no Porto, mas em Ciência de Computadores, João Almeida, recém-desempregado «por escolha» admite ir para a Noruega, em busca de melhor nível de vida.

Embora frise que é «uma decisão muito importante que tem de ser bem ponderada», garante que se despediu da empresa onde estava a trabalhar, em Janeiro «já por causa deste tipo de oportunidades».

«Mas [ir para a Noruega] é uma decisão muito importante que tem de ser bem ponderada. Não tenho responsabilidades cá para além das emocionais [a namorada, arquitecta admite acompanhá-lo] mas não vou sair de Portugal só porque lá me pagam mais 500 euros do que aqui», sublinha João Almeida.

Se João se despediu por opção, Conceição, residente em Mira, mãe de quatro filhos e diplomada em engenharia zootécnica na universidade dos Açores, não possui emprego na área de estudos que escolheu, a exemplo do marido, formado na área alimentar.

Vê a ida para a Noruega como uma oportunidade, embora admita que as ofertas de emprego se afastam das áreas em que ela e o marido possuem formação.

«Não estou desencantada, não porque a delegada EURES disse que podia haver oportunidades para nós na Noruega. Mas parece que é mais na engenhraria informática e civil, queríamos mais trabalhar na área das pescas e agricultura por isso não sei bem, ainda estou a ver o que há por aqui», sublinhou.

Mais de seis mil empregos

No espaço do Instituto Superior de Engenharia de Coimbra (ISEC), onde as empresas norueguesas estão representadas até quinta-feira, John Myklebust, director da Next Job, empresa de recursos humanos marítimos desdobra-se em contactos «acenando» com o número de empregos disponíveis no país na área naval.

«Os estaleiros noruegueses, até à primeira metade de 2011, vão entregar 175 navios. Há trabalhadores de vários países, do centro e leste da Europa, mas a Noruega continua a precisar de engenheiros para ajudar a fabricar os navios», afirmou.

A empresa de recrutamento não trabalha com nenhum empregador específico, mas relaciona-se com nove estaleiros noruegueses e diversas empresas marítimas, antevendo que, em outras áreas da indústria naval do país para além da engenharia, vão existir empregos nos próximos anos.

«Mais de seis mil empregos vão ser criados por causa das tripulações desses novos navios. Este é também uma boa oportunidade para Portugal, um país de tradição marítima», sustentou.
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