«Parece que querem a todo o custo destruir o SNS» - TVI

«Parece que querem a todo o custo destruir o SNS»

Enfermeiros: Greve nacional com acima de 80%

Sindicato dos Enfermeiros critica «inércia» da ARS Norte em relação a profissionais em situação precária

Relacionados
O Sindicato dos Enfermeiros criticou hoje a «inaceitável inércia» da Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte com cerca de 700 enfermeiros em situação «precária» e «sucessivos contratos a termo», alvo de «discriminação» no pagamento de trabalho extraordinário.

«Temos, na ARS Norte, 696 enfermeiros com contrato a termo, alguns deles há nove e dez anos, [que], sucessivamente, têm visto o adiar da sua efetivação», disse Fátima Monteiro, do sindicato, acrescentando que aquela entidade «paga de forma diferenciada o trabalho suplementar e o trabalho extraordinário a estes colegas, relativamente aos outros enfermeiros».

A também enfermeira recordou que, «em 2010, a ARS Norte abriu um concurso», sendo a «única do país que ainda não deu posse a quem concorreu» e também a «única que paga de forma diferenciada, não aplicando o decreto-lei 62/79, conforme orientações emanadas do próprio ministério».

As críticas à ARS Norte continuam, com o sindicato a considerar «chocantes» algumas das orientações daquela entidade, «desde querer que os enfermeiros conduzam a viatura», até «querer que os enfermeiros abram as portas dos centros de saúde aos fins de semana».

«É um conjunto de orientações que achamos uma aberração e que não fazem parte das competências dos enfermeiros. São medidas economicistas, que parece que querem a todo o custo destruir o Serviço Nacional de Saúde e também desregular o que é a profissão», lamentou.

A situação «cria uma revolta e uma indignação» perante a qual os enfermeiros «estão decididos a encetar algumas formas de luta para contrariar esta postura da ARS».

Carlos Pinto, enfermeiros de 30 anos e há sete com sucessivos contratos, disse que os profissionais estão «dispostos a lutar até ao fim e a agir de forma mais intensa», o que pode começar em manifestações e chegar a greve, «em última análise».

«Temos sido muito pacientes e não estamos a substituir ninguém. Estamos a desempenhar funções permanentes», explicou o enfermeiro, lamentando a «instabilidade» que tem vivido e criticando a «discriminação» de que é alvo na forma de pagamento.

A mesma situação é partilhada por Alexandra Ferreira, enfermeira de 32 anos e com sucessivos contratos a termo há nove anos, que lembra que mesmo quando o concurso de 2010 for concretizado, cerca de «30 por cento» dos trabalhadores ficarão de fora das vagas.

Depois de «várias tentativas», o sindicato conseguiu agendar para a manhã de quarta-feira uma reunião com a ARS/Norte.

A Lusa tentou contactar a ARS/Norte mas não obteve qualquer resposta até ao momento.
Continue a ler esta notícia

Relacionados