O que falha no processo de Bolonha - TVI

O que falha no processo de Bolonha

Alunos fazem Dança das cadeiras

Especialistas apontam o que falta fazer, três anos após a sua implementação nas universidades portuguesas

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Existe ainda «um longo caminho para andar», três anos depois de as universidades portuguesas darem os primeiros passos na adaptação dos seus cursos a Bolonha, admite o representante nacional do grupo de acompanhamento do processo, refere a Lusa.

O processo «está concluído no plano formal, no sentido da adaptação dos cursos aos dois ciclos, mas há muito por fazer no plano prático», refere Sebastião Feyo de Azevedo, representante nacional do Bologna Follow-Up Group (BFUG).

Carlos Reis, reitor da Universidade Aberta e vice-presidente do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP), concorda: «Poucas mudanças se notam. Está por cumprir o fundamental de Bolonha, o que é gravíssimo.»

Sebastião Feyo de Azevedo admite que houve «um grande esforço das escolas na modernização dos conteúdos dos cursos e na introdução de novos métodos de ensino e aprendizagem», mas acrescenta que Bolonha ainda «tem um longo caminho para andar para pôr em prática os novos métodos de trabalho».

As falhas

Entre as falhas, aponta, por exemplo, a necessidade de ter um sistema de créditos «devidamente calibrado» e o facto de muitas universidades ainda não fornecerem o suplemento ao diploma, um documento que considera «muito útil em termos de mobilidade».

«Se as universidades portuguesas não forem capazes de entrar vigorosamente no espaço europeu de ensino superior, o risco é claro: serem drasticamente desqualificadas ou até desaparecerem», avisa Carlos Reis.

O esforço de adaptação a um sistema mais participativo é extensível aos alunos, que o responsável do BFUG classifica como «muito conservadores».

«Há uma cultura de não ir às aulas, por exemplo. Bolonha é sobretudo um trabalho de esforço continuado e os alunos são pouco participativos no dia-a-dia das actividades académicas», descreve Sebastião Feyo de Azevedo, que entende que o actual sistema de ensino superior «está altamente distorcido em relação ao que a sociedade precisa» e critica a falta de exigência.
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