Fim dos chumbos: opinião dos pais não é unânime - TVI

Fim dos chumbos: opinião dos pais não é unânime

Escola (arquivo)

Confap aplaude, mas a CNIPE mostra-se preocupada

A Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap) considerou, este sábado, que o fim dos chumbos em Portugal será a maior revolução na educação desde o 25 de Abril, dando o seu apoio à ideia da ministra da tutela.

«Isto é a maior reforma que pode ser anunciada em educação no nosso país, porque implica um outro conceito de escola. Uma escola que dá condições de trabalho aos professores e aos alunos para que as retenções sejam eliminadas. Sem muito trabalho não é possível chegar lá», comentou à agência Lusa o presidente da Confap, Albino Almeida.

Numa entrevista publicada no «Expresso», a ministra Isabel Alçada diz que a fórmula do chumbo «não tem contribuído para a qualidade do sistema». «A alternativa é ter outras formas de apoio, que devem ser potenciadas para ajudar os que têm um ritmo diferenciado», adiantou a governante, acrescentando que pondera alterar as regras de avaliação durante o seu mandato.

A Confap mostra-se agradada com a ideia, lembrando que para a concretizar é necessário «dar mais autonomia às escolas» para trabalhar os currículos e adaptá-los aos alunos. «Para isso deverão poder dividir as suas turmas, quando seja necessário trabalhar dificuldades de aprendizagem», defende Albino Almeida, dando o exemplo do sistema educativo da Finlândia.

Já a outra associação de pais, a Confederação Nacional Independente de Pais e Encarregados de Educação (CNIPE), mostrou-se preocupada com a intenção da ministra da tutela de acabar com os chumbos dos alunos, considerando-a «avulsa» e uma «acção de merchandisig». «Ficamos preocupados com este tipo de anúncios que parecem acções de merchandising em relação à educação. Uma medida destas, avulsa, sem haver um debate, não faz sentido», declarou à agência Lusa Rui Martins, dirigente da CNIPE.

Apesar de se mostrar disponível para este debate, a CNIPE diz que é necessário primeiro «criar uma base na escola pública que dê condições a que os alunos sejam inclusos». «Vejo com muita dificuldade que consigam vir a ser implementadas medidas destas quando não há uma série de recursos indispensáveis para levar a que os nossos filhos tenham sucesso. Não podemos ficar satisfeitos com uma medida destas, sem antes estarem salvaguardadas um conjunto de situação. Isto tudo nos parece quase uma brincadeira», sublinhou Rui Martins.

O representante de associações de pais avisou ainda que neste momento o que preocupa grande parte dos encarregados de educação é estarem «sem saber em que escola os seus filhos vão estudar em Setembro».
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