«Temos crianças a urinar para os caixotes do lixo» - TVI

«Temos crianças a urinar para os caixotes do lixo»

(Foto Cláudia Lima da Costa)

Escola do primeiro ciclo em Aveiro tem apenas uma sanita para 80 alunos

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Os pais dos alunos da escola do primeiro ciclo de Leirinhas, em Aveiro, dizem que só há uma sanita disponível para as 80 crianças que frequentam o estabelecimento, afirmando que se trata de um problema de saúde pública, noticia a Lusa.

«Temos crianças a urinar para os caixotes do lixo, porque só têm uma sanita que funciona», revelou Fátima Duarte, da Associação de Pais do Agrupamento de Escolas de Aradas, que marcou presença na última sessão da Assembleia Municipal de Aveiro, realizada na quarta-feira à noite.

Actualmente, segundo a mesma responsável, das quatro sanitas disponíveis, só restam três, porque na semana passada um funcionário da Junta de Freguesia partiu uma sanita quando a tentava desentupir, e destas, duas estão entupidas.

«Na prática temos apenas uma sanita a ser utilizada por 80 alunos numa escola primária», esclareceu a encarregada de educação, considerando que se trata de uma situação «impensável e um atentado para a saúde pública».

A coordenadora da escola, Cristina Monteiro, disse esta quinta-feira à Lusa que o problema é antigo e já obrigou ao fecho das casas de banho por vários dias.

«As sanitas estão a entupir constantemente e quando isso acontece temos de chamar os funcionários da Junta de Freguesia para as desentupir», adiantou.

Sem lavatórios

No entanto, este parece não ser o único problema da escola, já que, segundo a responsável da associação de pais, também não se encontram lavatórios nas casas de banho.

«O único lavatório existente na escola encontra-se no recreio, localizado nas traseiras do edifício e não perto das casas de banho, nem tão pouco do refeitório», precisou.

Fátima Duarte disse que a associação já contactou várias vezes a autarquia para proceder a reparações definitivas das casas de banho da escola, tendo-se até disponibilizado para pagar a obra, mas a única resposta que obtiveram até ao momento foi de que «necessitavam de conhecer mais concretamente a intervenção proposta».

«Numa altura em que estamos em crise, aparece uma associação que oferece tudo e a Câmara não se digna responder se autoriza ou não que os pais executem a obra», lamentou, avisando que se até à próxima sexta-feira não obtiverem uma resposta, a associação irá avançar para outras formas de protesto.

Na resposta, o presidente da Câmara de Aveiro, Élio Maia, citado pela Lusa, comprometeu-se a «averiguar as causas» do problema, deixando um pedido de desculpas «pelas falhas que terão acontecido».

«Entre escolas do primeiro ciclo e jardins de infância temos à nossa guarda 70 edifícios e um universo escolar superior a quatro mil alunos», acrescentou o autarca, admitindo que esta realidade é «demasiado pesada para a capacidade de resposta da autarquia».
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