Caldas da Rainha: escola sem verbas para água e luz - TVI

Caldas da Rainha: escola sem verbas para água e luz

TVI24

Presidente da direção teme pelas condições dos alunos

Relacionados
A escola secundária Bordalo Pinheiro, nas Caldas da Rainha, vê-se aobrigada a abdicar da utilização dos sistemas de climatização e dos novos equipamentos, depois de uma remodelação no valor de 10,2 milhões de euros, no âmbito do programa «Renovar as escolas para o Futuro», promovido pela empresa pública Parque Escolar, uma vez que não há verbas para pagar a água e electricidade.

António Veiga, presidente da direção da Escola Secundária Rafael Bordalo Pinheiro (ESRBP), já pediu ao Ministério da Educação um pedido de reforço orçamental, para compensar o aumento de consumos, no entanto teme que «a partir de setembro não haja verba suficiente para custear a água e a luz».

«A escola foi dotada de condições de conforto que não podemos usar porque as faturas da água e eletricidade dispararam para o dobro dos valores que costumávamos pagar», disse à agência Lusa.

A obra incidiu na requalificação dos blocos existentes e na construção de um novo onde ficaram instalados os serviços administrativos, uma biblioteca e um auditório.

Dotada de novas tecnologias e remodelada a nível de ginásio e balneários, a escola viu aumentados os pontos de distribuição de água e alterado o sistema elétrico, que passou a funcionar de forma centralizada.

«De duas casas de banho passámos para seis, todas com torneira temporizada, que fica a correr mesmo depois de as pessoas usarem a água que precisam, tal como acontece com a luz, que acende quando alguém entra e só apaga concluído o tempo programado», explicou António Veiga.

A isto soma-se o «ar condicionado, um auditório que gasta bastante energia, equipamentos informáticos e até um sistema de rega que nem sequer usamos porque seria incomportável», acrescentou.

O sistema de rega foi instalado no pressuposto de que a escola beneficiaria de arranjos exteriores e passaria a ter relva. «Esse arranjo não foi feito e ainda bem, porque escusamos de ligar o sistema para regar as ervas daninhas», ironiza o diretor, acrescentando: «Se ligássemos a rega, a câmara penhorava-nos a escola».

Menos de um ano depois de instaladas as melhorias, a palavra de ordem passou a ser «poupar tudo o que se pode em termos de consumos de água e de luz» para conseguir manter a escola sem dívidas.

O clima temperado ajudará a que «o ar condicionado não seja ligado para poupar», mas a chegada do inverno obrigará a que «nos dias mais pequenos as luzes tenham que se acender mais cedo e os custos disparem» no estabelecimento, frequentado por 960 alunos durante o dia e algumas centenas de estudante de ensino noturno.

A solução para o problema passaria «pela instalação de 200 metros de painéis fotovoltaicos» que, segundo o diretor, «foram prometidos pelo anterior presidente da Parque Escolar» e que permitiriam à escola «produzir energia suficiente para alimentar todos estes equipamentos, usar o conforto instalado e até vender alguma energia».

A Lusa contactou a Parque Escolar, mas até ao momento não obteve respostas sobre a escola intervencionada ao abrigo do programa, que tinha como objetivos, entre outros, «criar um sistema eficaz de gestão dos edifícios» e «garantir a plena utilização das instalações».
Continue a ler esta notícia

Relacionados