«Há quem queira infernizar a vida nas escolas» - TVI

«Há quem queira infernizar a vida nas escolas»

Manifestação de Professores em Lisboa

Secretário de Estado diz que Governo está disponível para ajustar o modelo, mas acusa os sindicatos de atrapalhar o processo

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O secretário de Estado da Educação, Valter Lemos, admitiu existirem problemas de gestão nas escolas devido ao processo de avaliação, considerando, contudo, que «há quem queira infernizar a vida» nos estabelecimentos de ensino.

Em declarações aos jornalistas no final de um encontro com membros de diversos conselhos executivos de escolas da região Norte, que decorreu na Maia, Valter Lemos afirmou que são esses problemas que «preocupam» o Ministério da Educação (ME).

«Naturalmente é o que nos preocupa, há grandes dificuldades e é isso que queremos saber, é por isso que os ouvimos», disse.

O objectivo deste encontro foi precisamente, adiantou o governante, «saber com rigor e pela boca dos próprios [professores] quais são as suas dificuldades e eventualmente as suas propostas e sugestões».

Valter Lemos afirmou que, depois desta quarta-feira, quando terminarem as audições a representantes dos sectores ligados ao problema da avaliação dos professores, o ME terá os «elementos necessários para eventualmente ajuizar propostas, decisões ou soluções».

O secretário de Estado afirmou, contudo, que o processo não pode decorrer como a Federação Nacional dos Professores (Fenprof) quer. «Desde o início que temos dito estar disponíveis [a ajustar o modelo de avaliação], o que me parece é que há quem queira que nós não revejamos coisa nenhuma, que há quem queira infernizar a vida nas escolas», disse.

« Isto não é como a Fenprof diz»

Acrescentou ainda que «desde o início que o ME se mostrou disponível» para ajustar o modelo, mas que «quem deixou de negociar e de trabalhar foram os sindicatos dos professores», e não o Ministério.

«Há um momento em que os sindicatos deixaram de trabalhar, naturalmente não podem contornar o problema», sublinhou.

Segundo referiu, o ME trabalha para construir e não para destruir, não podendo adoptar a atitude da Fenprof. «Isto não é como a Fenprof diz, não um jogo em que ou é preto ou é branco, ou seja, ou fazemos como a Frenprof diz ou não se faz nada», sustentou.

Para Valter Lemos, há condições de fazer a avaliação dos professores este ano e o trabalho que o ME está a realizar consiste em «tentar melhorar» para que ela «decorra da melhor forma».

O «bom exemplo» da Fenprof

Instado a comentar o facto da Fenprof ter esta manhã alegadamente abandonado a reunião com a ministra Maria de Lurdes Rodrigues, Valter Lemos considerou ser um «bom exemplo» da posição da Federação Nacional dos Professores.

A Fenprof «abandona a reunião e a senhora ministra é que é inflexível, não consigo perceber como é que o problema é posto dessa maneira», disse, comparando a situação a um sketch televisivo dos Gato Fedorento sobre o ex-seleccionador nacional, Luís Felipe Scolari.
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