Discriminação segundo orientação sexual «comum» no País

A orientação sexual é o principal factor de discriminação no País. Um inquérito divulgado, esta segunda-feira, em Bruxelas pela Comissão Europeia revela que os portugueses colocam a orientação sexual à frente da origem étnica e da deficiência quando questionados sobre discriminação.

13 por cento dos portugueses inquiridos afirmam terem-se sentido discriminados ou assediados devido a qualquer dos factores de discriminação no último ano. Um valor ligeiramente inferior ao da média da União Europeia (UE).

O comissário europeu responsável pela Igualdade de Oportunidades, Vladimir Spidla, considerou que «apesar dos progressos alcançados», existe ainda «um longo caminho a percorrer».

O «Eurobarómetro» de 2009 sobre «Discriminação na União Europeia» mostra que 58 por cento dos portugueses consideram a discriminação em função da orientação sexual «comum». Já os europeus apontam este tipo de discriminação como o quarto mais comum.

Os portugueses também consideram «comum» a discriminação devido à origem étnica e a deficiência, surgindo imediatamente a seguir à orientação sexual.

Uma maioria dos portugueses, 53 por cento, considera que a idade é também um factor «comum» de discriminação em Portugal. Já cerca de um terço considera o sexo e a religião ou crenças como factores de discriminação (35 e 27 por cento, respectivamente).

No conjunto da UE, 61 por cento dos inquiridos apontam a origem étnica como factor comum de discriminação. Segue-se a idade (58%), deficiência (53%), orientação sexual (47%), sexo (40%) e religião ou crenças (39%).

Apenas um em cada quatro portugueses diz conhecer os seus direitos se for vítima de discriminação ou assédio, sendo este o terceiro valor mais baixo da UE. A média comunitária é de 33 por cento.

O inquérito foi realizado entre 25 de Maio e 17 de Junho deste ano, tendo em Portugal sido entrevistadas 1020 pessoas pela TNS Euroteste, de acordo com a Agência Lusa.