Tentou ajudar um amigo, mas foi morto por um tigre - TVI

Tentou ajudar um amigo, mas foi morto por um tigre

  • Portugal Diário
  • 28 dez 2007, 15:39

Animal fugiu da jaula num jardim zoológico. Vítima era luso-descendente

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O luso-descendente morto há três dias por um tigre no jardim zoológico de São Francisco, Califórnia, estava a tentar ajudar um amigo quando foi atacado pelo animal, segundo fontes familiares e da polícia, citadas pela Associated Press.

O trágico acidente ocorreu no dia de Natal, quando Carlos Sousa Júnior, de 17 anos, acompanhado dos irmãos Paul Dhaliwal, de 19 anos, e Kulbir Dhaliwal, de 23 anos, visitavam o zoológico de São Francisco e um tigre-fémea, de quatro anos e com 159 quilogramas de peso, escapou da jaula, atacando-os.

«Ele não correu. Tentou ajudar o amigo, mas foi ele que acabou apanhado», disse o pai do luso-descendente à polícia, no âmbito do inquérito policial em curso.

Segundo a polícia, Kulbir Dhaliwal foi a primeira vítima do animal, que depois de o abocanhar, foi alvo de gritos e gestos de Carlos Sousa Júnior e Paul Dhaliwal, na esperança de o afastarem.

Nessa altura, o tigre-fémea, que se chamava Tatiana, investiu contra o luso-descendente, degolando-o, enquanto os irmãos corriam em direcção ao espaço de restauração do zoológico, para pedirem ajuda.

Depois de ter morto Carlos Sousa Júnior, o tigre-fémea seguiu o rasto de sangue deixado por Kulbir Dhaliwal, onde atacou de novo os dois irmãos.

Quatro funcionários do jardim zoológico, que já tinham descoberto o cadáver do luso-descendente, aproximaram-se do local onde estavam os dois irmãos, ensanguentados, com o animal sentado junto de um deles, precisou Heather Fong, comandante da polícia.

A vítima mais próxima do tigre-fémea gritou repetidamente «ajudem-me», ao que o animal voltou a atacá-lo, acrescentou Fong.

Os funcionários do zoológico utilizaram então os faróis da viatura em que se deslocavam para distrair o animal, que quando se aproximou foi então abatido a tiro.

A polícia de São Francisco está ainda a investigar por que razão o tigre-fémea conseguiu escapar da jaula.

O director do jardim zoológico, Manuel A. Mollinedo, admitiu quinta-feira que o muro da jaula do animal não tinha a altura recomendada.

Segundo aquele responsável, o muro tinha 3,8 metros de altura, quando a Associação de Zoos e Aquários norte-americana, o principal organismo acreditado nos Estados Unidos para este tipo de recintos, recomenda, no mínimo, vedações de cinco metros de altura para jaulas de tigres.

O pai da vítima disse quinta-feira à Lusa que vai contactar um advogado para o ajudar no apuramento das responsabilidades pelo sucedido.
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