Exames: prova de desenho com folhas trocadas - TVI

Exames: prova de desenho com folhas trocadas

Exames nacionais:Escolas privadas lideram ranking

Pais enviam carta a expor a situação à Ministra da Educação

Dezoito alunos de Alcabideche queixaram-se ao Provedor de Justiça após o Júri Nacional de Exames ter recusado a repetição do exame de Desenho. Em causa está o facto de a escola ter distribuído papel desadequado à realização da referida prova, segundo noticia a Lusa.

Segundo os pais destes alunos da Escola Secundária Ibn Mucana, de Alcabideche, no dia do exame de Desenho A, do 12.º ano, a 18 de Junho, os alunos receberam folhas de papel de 120 gramas destinadas à prova de geometria descritiva e não o papel de 200 gramas que tinha sido definido oficialmente para os quatro desenhos da prova, que seriam realizados a lápis, a pastel, tinta-da-china e aguarela.

O conselho executivo da escola, alunos e encarregados de educação pediram no dia 20 ao Júri Nacional de Exames (JNE) a anulação da prova e a sua repetição.

É tão grave como um engano num exame de português

Em resposta, a presidente do JNE, Elvira Florindo, afirmou que a exposição foi remetida ao Gabinete de Avaliação Educacional (GAVE), mas que esta entidade do Ministério da Educação admitiu apenas que a classificação das provas «sofra uma ponderação na aplicação dos critérios de correcção», validando as provas.

«O comunicado não apresenta qualquer explicação ou justificação para a decisão tomada pelo GAVE e, no entanto, os alunos precisam de saber com que critérios as suas provas vão ser avaliadas», consideram os pais de uma aluna, defendendo que a situação «é claramente equiparável a um erro grave no enunciado de um exame de Português ou de Matemática».

Os alunos precisam de saber como é que as suas provas vão «sofrer uma ponderação na aplicação dos critérios da classificação, como isso será feito, quem vai fazer isso e com base em que critérios», escreveu Branislav Mihajlovic, pai de um aluno e ele próprio artista plástico.

Os resultados foram arrasadores

O Júri insistiu, em resposta, que o erro foi da escola - «que dispôs de tempo suficiente para acautelar a distribuição adequada do papel aos examinandos no dia da realização da prova»

«O cabeçalho do papel identificava a prova como sendo de Geometria Descritiva, facto que não foi detectado por nenhum dos examinandos», é ainda salientado na resposta assinada pela presidente do JNE.

As notas foram afixadas a 07 de Julho «com resultados arrasadores» para estes alunos «havendo vários alunos com médias de 14 e 15 na disciplina que tiveram notas de exame entre 8 e 11 valores», salienta um pai.

Os encarregados de educação enviaram a exposição desta situação e a correspondência entretanto trocada com o JNE ao Provedor de Justiça e à Ministra da Educação.
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