Moradores entram no prédio - TVI

Moradores entram no prédio

  • Portugal Diário
  • Miguel Morais
  • 23 nov 2007, 14:09
Explosão Setúbal - Foto Carlos Santos/Lusa

Setúbal: desalojados retiram roupas do edifício que está a ser investigado pela Polícia Científica. Três pisos ficaram destruídos e fachada tombou sobre veículos. Galp enviou equipa e apura possibilidade de se ter tratado de fuga de gás. Todos os feridos já tiveram alta

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A Polícia Científica da PJ está a investigar a explosão violenta de gás natural ocorreu esta quinta-feira às 18h37, junto ao hipermercado Intermarché, em Setúbal.

Esta manhã, já alguns moradores retiraram roupas do prédio, cujo risco de ruir ainda está a ser avaliado pela equipa de técnicos do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC). Esta tarde, haverá uma reunião com os cerca de 60 desalojados onde a Protecção Civil, autarquia e técnicos do LNEC vão revelar o futuro do edifício da Praceta Afonso Paiva e, eventualmente, aventar o que poderá ter estado na origem da explosão que ocorreu no 11º andar.

A Governadora Civil de Setúbal, Eurídice Pereira, em declarações aos jornalistas, referiu que existe «risco de uma rotura evolutiva. O 11º e o 10º andar estão totalmente destruídos e os 9º e 12º parcialmente».

Segundo o último balanço, 40 pessoas ficaram feridas, mas já tiveram todos alta hospitalar. Cerca de 150 moradores ficaram desalojados, 66 passaram a noite em hotéis, mas mais de três dezenas já pediram um sítio para ficar esta noite, segundo apurou o PortugalDiário junto da Protecção Civil. O prédio tem 48 fogos de habitação.

Segundo a agência Lusa, as escadas do edifício estão transitáveis até ao 12º andar, mas os elevadores foram destruídos pela explosão, e a maioria das portas das habitações para serem apurados todos os danos causados.

Valor dos danos ainda por apurar

Os danos são grandes em toda a zona, mas ainda não está apurado o valor dos prejuízos, que se alastram a vários edifícios circundantes. Os carros atingidos pelas destroços da explosão são irrecuperáveis e encontram-se agora no parque dos bombeiros de Setúbal.

Durante o dia de hoje têm passado pela Praceta Afonso Paiva centenas de populares, ao mesmo tempo que decorrem trabalhos de limpeza que demorarão ainda alguns dias até ficarem terminados.

Apesar do cerco de segurança ter sido reduzido esta manhã, permanecem no local cerca de 150 elementos da PSP, da Protecção Civil, bombeiros (sapadores e voluntários de Setúbal) e equipas de limpeza.

Galp investiga

Contactada pelo PortugalDiário, a Galp Energia, responsável pela rede de abastecimento de gás, refere ter «enviado para o local uma equipa técnica que colocou de imediato a instalação em segurança». Apesar de sublinhar que «as causas da explosão são ainda desconhecidas», a empresa escreve em comunicado que «iniciará uma investigação para apurar as causas do acidente».

A Lusa afirma que os técnicos de gás natural que se encontravam a trabalhar no edifício eram da Galp Prime. O PortugalDiário tentou contactar a empresa, que não quis prestar declarações.

Um morador garantiu que, nos últimos dias, estava a proceder-se à de gás propano para natural. Segundo Luís Caturra, pediatra do Hospital de São Bernardo, que ficou temporariamente desalojado, «na quinta-feira estiveram no prédio técnicos de uma empresa de gás a fazer experimentação das colunas de gás».

Na manhã de terça-feira, deslocou-se a este prédio «um técnico credenciado da Entidade Inspectora ECAINSP, ao serviço da Setgás, o qual, na presença de dois representantes da administração do condomínio, efectuou os normais testes de estanquicidade à coluna montante, localizada no espaço comum do edifício», aponta o comunicado da Galp Energia.

Nesse dia foi colocada uma informação à porta do prédio tendo em vista uma alteração de gás propano para gás natural e outra da administração do condomínio a informar que tinha autorizado essa operação.

Ainda nesse dia, segundo a Lusa, elementos da mesma empresa estavam a contactar diversos moradores do prédio a solicitar-lhes que assinassem contratos de fornecimento de gás natural, alegando que 67 por cento dos moradores já tinham aderido à alteração de fornecimento de gás.
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