O processo de seleção às dez bolsas europeias, disponíveis, de doutoramento, demorou vários meses, adiantou o português à agência Lusa, que vai estudar o processo de decisão diário dos investigadores forenses, nomeadamente na área da análise das impressões digitais.
Além de literatura sobre a tomada de decisão e erros inconscientes, fará a análise de casos práticos e observação de campo com investigadores forenses.
«Um exemplo deste tipo de erros foi o caso que ocorreu aquando do atentado de Madrid em 2004, onde o Federal Bureau of Investigation (FBI) cometeu um erro de tomada de decisão durante a investigação de impressões digitais de possíveis suspeitos», referiu.
O resultado foi a detenção de um homem inocente, Brandon Mayfield, um advogado norte-americano cuja impressão digital foi igualada erroneamente a uma encontrada num dos detonadores, primeiro por um computador e depois por três diferentes peritos da força de segurança dos EUA.
Francisco Gonçalves pretende também trabalhar junto de investigadores.
«A fim de podermos tornar esta investigação o mais fidedigna possível, iremos utilizar, em algumas ocasiões, o equipamento ‘eye-tracking 1000’. Este equipamento permite verificar os movimentos oculares dos sujeitos que realizam as experiências», adiantou.
O projeto INTREPID Forensics da Universidade de Leicester recebeu um financiamento de 2,9 milhões de euros do Programa «Pessoas» do 7.º Quadro da União Europeia e abrange disciplinas como a Genética, Química, Psicologia, Engenharia, Matemática ou Física.
O resultado, afirmou a universidade, poderá ter «um impacto potencial para combater o crime por toda a Europa e a nível global».
O trabalho dos dez investigadores será financiado durante três anos, podendo o progresso ser acompanhado online.