Lagoa: médico quer fazer as pazes «através de indemnizações»

Franciscus Verteeg é licenciado em medicina pela faculdade de Medicina de Amesterdão, é oftalmologista e cirurgião, director clínico da I-Qmed e responsável pela cirurgia aos quatro doentes de Lagoa que sofreram complicações graves, sendo que três deles ficaram cegos. Em entrevista ao «Diário de Notícias», diz estar preparado para pagar indemnizações.

Quanto às condições de higiene e esterilização do local, foi peremptório: «Parece-me que esse não foi o problema. Esterilizamos os equipamentos e nunca usámos o mesmo kit em vários doentes. Isso não faz sentido. Mas há outras opções em aberto que têm de ser avaliadas».

Assegura que a equipa com quem trabalha «tem muita experiência», inclusivamente o assistente que também é psicólogo, que diz não participar na cirurgia. «Dá apenas apoio na abertura de caixas e materiais desinfectados, tomando conta do equipamento ou mexendo em botões. A formação em Psicologia é importante até para lidar com as pessoas. Muitas vezes ajuda-me a explicar às pessoas o que têm e o que podemos fazer», esclarece o holandês.

Quanto a seguros, diz ter um da Ordem dos Médicos e de outra companhia, com quem já contactou na sequência deste processo. De resto, diz estar muito incomodado com este caso:

«Sinto-me muito mal com esta situação. Mas é óbvio que não foi propositada. Claro que os doentes não estão felizes, não querem falar comigo, estão zangados e ameaçam processar-me em tribunal. Não é assim que vou ficar bem com eles. Espero fazer as pazes da única forma possível, através do pagamento de indemnizações».