Cortes na AMI: Fernando Nobre espera que seja um «grande equívoco» - TVI

Cortes na AMI: Fernando Nobre espera que seja um «grande equívoco»

Fernando Nobre (Miguel A. Lopes)

Presidente da Assistência Médica Internacional está «perplexo» com o anúncio do Governo

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O presidente da Assistência Médica Internacional (AMI), fundação que deverá sofrer uma redução de 30 por cento nos apoios públicos, considera que o corte anunciado pelo Governo «só pode estar sustentado num grande equívoco ou num mal-entendido».

Afirmando-se «perplexo», Fernando Nobre, candidato derrotado nas últimas eleições presidenciais, mostrou-se incrédulo por a instituição que dirige ter sido incluída entre as 26 fundações que vão sofrer um corte de 30 por cento nos apoios governamentais.

«Não me passa sequer pela cabeça, não quero acreditar e muito menos aceitar que tal pudesse acontecer numa situação de emergência social» como é a atual, disse Fernando Nobre, contactado por telefone pela agência Lusa no arquipélago de Bolama, na Guiné-Bissau, onde a AMI desenvolve um projeto de apoio à saúde pública.

O Governo anunciou na terça-feira a extinção de quatro fundações e recomendou a extinção de outras 36, além de cortes nos financiamentos a várias dezenas, com os quais anunciou pretender poupar 200 milhões de euros por ano.

«Não quero crer que haja tamanha insensibilidade social», prosseguiu Fernando Nobre, dizendo que um eventual corte de 30 por cento iria ter a mesma repercussão percentual no trabalho social que a AMI desenvolve em Portugal, já que os apoios que recebe do Estado são todos para projetos em território nacional.

«Seria um corte de 30 por cento no apoio aos milhares de pessoas que recorrem, e cada vez mais, aos nossos equipamentos sociais», acrescentou, referindo que os apoios estatais representam, atualmente, 18 por cento do orçamento da Fundação.

Na última avaliação feita às fundações privadas, a AMI ficou em quinto lugar entre as 190 instituições avaliadas, «tendo-lhe sido reconhecido 100 por cento de eficácia a transparência», realçou o presidente da instituição, que 17 estruturas distribuídos pelo país onde apoia pessoas carenciadas, os mais conhecidos dos quais são os centros «Porta Amiga».
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