Divulgação de perguntas a Duarte Lima é «manipulação», dizem advogados - TVI

Divulgação de perguntas a Duarte Lima é «manipulação», dizem advogados

Advogados de Duarte Lima em Portugal e no Brasil criticam divulgação nos jornais do teor das perguntas da polícia brasileira ao seu cliente

Os advogados de Duarte Lima em Portugal e no Brasil consideraram esta quinta-feira que a divulgação nos jornais do teor das perguntas que a polícia brasileira pretende fazer ao seu cliente na investigação do homicídio de Rosalina Ribeiro só pode ser entendido como uma «manipulação».

«Nunca vi em 40 anos de profissão, em alguma parte do mundo, que as perguntas se façam através dos jornais», disse à Lusa Germano Marques da Silva, advogado de Duarte Lima em Portugal.

O advogado considera que se polícia dá as perguntas aos jornais «com certeza que tem outros objectivos que não a investigação criminal». Em tom crítico, acrescentou: «Ou é burra ou é demasiado inteligente. Presumo que seja inteligente. Se é inteligente não faz perguntas através dos jornais».

Germano Marques da Silva considera ainda as perguntas da polícia brasileira publicadas na imprensa portuguesa «insinuosas» e «ridículas».

«Aquilo é ridículo. Não percebo como é que numa investigação de homicídio se fazem aquele tipo de perguntas».

Germano Marques da Silva refere-se à divulgação da carta rogatória do processo de investigação ao homicídio da portuguesa, em Dezembro de 2009, no Brasil.

Investigação «atingiu o grau zero da credibilidade», diz advogado brasileiro

Também o advogado de Duarte Lima no Brasil já se mostrou «surpreendido» e «indignado» com a publicação das perguntas. Em comunicado, afirmou que esta «é mais uma demonstração da falta de seriedade e credibilidade» com que este inquérito vem sendo investigado.

João Ribeiro diz que «basta ler algumas das perguntas para duvidar, pela forma como estão redigidas, que elas tenham sido escritas no Brasil, e não tenham sido preparadas ao serviço de outros interesses em Portugal».

«A manipulação de provas chega ao ponto de se falar nessa carta em lavagem de dinheiro, invocando documentos pretensamente enviados por um banco suíço à Policia Judiciária portuguesa, no âmbito de uma acção movida contra a cliente do Dr. Duarte Lima, Sra. D. Rosalina Ribeiro. É uma insinuação ridícula, que só pode resultar de uma grande incompetência jurídica».

O advogado brasileiro termina o comunicado com uma interrogação. «A quem aproveita toda esta farsa? Apenas quem se quer proteger. O escândalo resultante da divulgação desta carta rogatória e das perguntas nela contidas, antes mesmo de serem feitas ao meu cliente, é a prova que faltava para demonstrar que esta investigação, para lá de mal conduzida, atingiu o grau zero da credibilidade».
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