Proteção Civil: pagamentos fictícios eram habituais - TVI

Proteção Civil: pagamentos fictícios eram habituais

Gil Martins

Ex-comandante admite desvio de verbas, mas diz que não foi para proveito próprio e explica como as gastou

O ex-comandante operacional da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) Gil Martins, acusado dos crimes de peculato e de falsificação de documentos por alegadamente ter desviado 116 mil euros do dispositivo do combate aos fogos, diz que os pagamentos fictícios eram hábito na Proteção Civil há mais de dez anos.

Segundo o jornal «Público», que cita a defesa de Gil Martins na ação está a correr no Tribunal Administrativo de Lisboa, o ex-comandante nacional diz que já existia a prática de inflacionar os mapas do pessoal ao serviço durante a época dos fogos, com o objetivo de criar um excedente de verbas que eram depois usadas como fundo de maneio.

O jornal adianta que o dinheiro era usado para pagar refeições, equipamento e até horas extraordinárias aos funcionários do Comando Nacional de Operações de Socorro. Gil Martins não nega que gastou grande parte do dinheiro que é acusado de ter desviado, mas assegura que «não entrou nem um cêntimo na sua esfera pessoal».

Sobre os gastos em restaurantes, que em 2007 e 2008 terão ultrapassado os 70 mil euros, Gil Martins diz que muitas destas refeições aconteciam no final de reuniões de trabalho. E que os almoços e jantares serviram para «criar confiança» e «espírito de corpo» entre as dezenas de pessoas do grupo de trabalho.

Gil Martins admite ainda ter usado parte do dinheiro para comprar alguns dos equipamentos eletrónico, mas assegura que serviam para trabalhar e que só os levou para casa porque foi ali que preparou o dispositivo que a Proteção Civil montou para a última visita do papa a Portugal, em 2010, e o dispositivo para a cimeira da NATO, que também aconteceu nesse ano.
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