Voos CIA: MP arquiva inquérito - TVI

Voos CIA: MP arquiva inquérito

Ana Gomes investiga o polémico dossier dos voos da CIA [fotomontagem]

DCIAP terá concluído não haver indícios suficientes para uma acusação

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O Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) arquivou o inquérito ao caso dos aviões da CIA que passaram por Portugal entre 2002 e 2005, segundo avança o Sol na edição online. O DCIAP terá concluído não haver indícios suficientes para uma acusação.

Em causa está a passagem de aviões da agência americana por território português, que faziam o transporte de presos entre diversos países, como o Afeganistão e o Iraque, e a prisão de Guantánamo. O inquérito agora arquivado foi instaurado por suspeita de crimes de tortura, após uma participação da eurodeputada socialista Ana Gomes e do jornalista Rui Costa Pinto.

O Bloco de Esquerda já reagiu ao arquivamento do polémico processo. Fernando Rosas diz-se «perplexo» com o arquivamento do processo que recebe com «estranheza». «Ao fim de mais de dois anos chega-se à conclusão que não se passou nada e no entanto passou-se tudo», disse ao tvi24.pt.

«Aparentemente a nossa procuradoria-geral tem uma enorme dificuldade em chegar a conclusões a uma serie de processos que são politicamente complicados», declarou.

Caso não está encerrado

A eurodeputada socialista Ana Gomes, uma das principais denunciantes das ilegalidades, garantiu que o caso não está encerrado e que não o deixará cair.

«Não me surpreende a decisão de arquivamento, tendo em conta as dificuldades que eu própria encontrei nas tentativas de apuramento da verdade e que sei que os próprios agentes da justiça também defrontaram», declarou Ana Gomes no final do comício do PS em Paredes de Coura.

No entanto, Ana Gomes disse que «este assunto está longe de estar encerrado em Portugal e a nível global, incluindo nos Estados Unidos, onde todos os dias se travam batalhas pelo apuramento dos factos».

«Eu não deixarei cair, porque o que está em causa em Portugal é o respeito pelos direitos humanos, pelo Estado de Direito e pela nossa Constituição. Vou prossegui-lo com os meios que estiverem ao meu alcance, designadamente como assistente do processo», acrescentou.

Actualizada às 23h00
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