Elvas: enfermeiros espanhóis deixam hospital - TVI

Elvas: enfermeiros espanhóis deixam hospital

Menino doente [arquivo]

Sindicato diz que facto está a obrigar a horas extraordinárias dos restantes colegas

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O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) denunciou esta quarta-feira que a saída de enfermeiros espanhóis do Hospital de Elvas (Portalegre) está a obrigar a horas extraordinárias dos restantes colegas, mas administração da unidade garante que os serviços funcionam normalmente, escreve a Lusa.

«O Hospital de Santa Luzia, de Elvas, é a principal unidade de saúde no Alentejo que está a ser afectada com o abandono dos enfermeiros espanhóis. Neste momento, o país vizinho oferece-lhes outras condições de trabalho», revelou à agência Lusa o responsável do SEP no Alentejo, Edgar Santos.

De acordo com o sindicalista, o número de enfermeiros espanhóis que já saíram daquela unidade hospitalar «ainda não foi apurado» porque a Unidade Local de Saúde do Norte Alentejano (ULSNA), entidade que tutela o hospital, «não disponibilizou os dados».

Contudo, Edgar Santos garantiu que, «neste momento, os enfermeiros portugueses que trabalham em Elvas estão a fazer várias horas extraordinárias, devido à carência de enfermeiros na unidade».

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Contactada pela Lusa, a ULSNA revelou que saíram do Hospital de Elvas «três enfermeiros espanhóis», mas apenas com «licenças de curta duração», negando que a situação esteja a afectar os serviços.

«Os serviços funcionam normalmente», limitou-se a acrescentar a mesma fonte.

Um estudo da Ordem dos Enfermeiros (OE), recentemente divulgado, mostra que trabalham em Portugal 2.135 enfermeiros estrangeiros, mais de 60 por cento dos quais espanhóis.

O pico máximo de estrangeiros a trabalhar em enfermagem foi atingido em 2004 (com 2.402 profissionais), mas, desde então, verifica-se uma tendência para a diminuição.

O responsável do SEP no Alentejo explicou que esta situação não está a afectar as unidades de saúde de Évora e Beja porque, nestas regiões, «o número de enfermeiros espanhóis é muito residual».

No entanto, o sindicalista alertou para outras situações que considera também «preocupantes» e que, disse, ocorrem nos hospitais daqueles dois distritos. «Em Évora e Beja, há uma certa carência de enfermeiros porque existe um estrangulamento por parte do Governo na admissão de novos profissionais», afirmou.
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