Beja: ambulância «parada» por falta de médicos

A Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) afecta ao hospital de Beja esteve inoperacional em alguns períodos dos últimos nove dias, devido à falta de médicos, noticia a agência Lusa segundo declarações de Rui Sousa Santos, presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar do Baixo Alentejo (CHBA).

Uma fonte dos Bombeiros Voluntários de Beja declarou que, entre terça-feira e sábado da semana passada e na última terça-feira, a corporação «tentou, por várias vezes, accionar a VMER» junto do Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), o qual informou que a viatura «estava inoperacional».

De acordo com a fonte, a inoperacionalidade da VMER verificou-se também durante a operação de socorro ao casal de idosos vítimas de um incêndio ocorrido terça-feira de manhã, em Beja. O casal foi transportado em duas ambulâncias, uma dos bombeiros e outra do INEM, para o hospital da cidade, onde acabaram por morrer.

Rui Sousa Santos confirmou a situação e garantiu que «a escala e as equipas para tripular a VMER de Beja já estão garantidas até ao final deste mês». «O hospital está a fazer todos os possíveis para assegurar a operacionalidade da VMER, mas confronta-se com uma falta de médicos aguda e não há clínicos debaixo das pedras», acrescentou.

Faltam médicos no interior

A falta de médicos no hospital de Beja, «à semelhança de outras regiões do interior do país», e os critérios definidos pelo INEM, que, «entre outras exigências, obriga a que os médicos para tripular as VMER tenham menos de 45 anos», «torna muito difícil conseguir médicos disponíveis para a VMER», justificou Rui Sousa Santos.

O presidente do conselho de administração do CHBA explicou que nos momentos em que não há médicos disponíveis para a equipa da VMER, «o hospital de Beja comunica a situação ao INEM, que terá que arranjar alternativas para assegurar o serviço de urgência pré-hospitalar».

«O que não faz sentido é o hospital de Beja desviar os seus poucos médicos do trabalho normal dentro do hospital para irem para a VMER», disse Rui Sousa Santos, referindo que «os médicos da casa só poderão integrar a equipa da VMER fora dos seus horários normais de serviço no hospital».

Por outro lado, Pedro Coelho, porta-voz do INEM, afirmou que «ao INEM compete disponibilizar a viatura com equipamentos de emergência e de reanimação e ao hospital cabe a responsabilidade de assegurar as equipas necessárias para garantir o funcionamento da VMER, que é mais um serviço do hospital».