SNS perdeu 800 médicos num ano - TVI

SNS perdeu 800 médicos num ano

  • Portugal Diário
  • SM
  • 7 abr 2008, 08:47
Cuidados de saúde

Clínicos estão a «fugir» para o sector privado. Ministra está preocupada

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O Serviço Nacional de Saúde (SNS) perdeu 800 médicos em apenas um ano. Os dados são do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), divulgados pela edição desta segunda-feira do Diário de Notícias, e revelam que entre 2006 e meados de 2007, entre pedidos de licença sem vencimento (que podem durar até dez anos) e desvinculações da função pública, tenham sido cerca de 400 os médicos a abandonarem o SNS. A estes, é preciso somar a aposentação, em alguns casos antecipada, de 400 clínicos, só em 2006. Carlos Arroz, dirigente do SIM, alerta que muitos destes clínicos foram depois trabalhar para o sector privado.

Em entrevista ao DN e à TSF, a ministra Ana Jorge mostrou-se preocupada com esta situação e empenhada em conter o elevado ritmo de saídas dos últimos anos. Para isso, aposta em alterações ao SNS, nomeadamente, «formar a área profissional dentro do sistema para garantir que os melhores possam sentir dentro da carreira pública a sua capacidade profissional a desenvolver-se».

Também o bastonário da Ordem dos Médicos se mostrou preocupado «porque continuam a empurrar-se os médicos para fora do SNS, que, muitas vezes, saem não tanto pelo que podem ganhar no privado, mas porque se sentem insultados com medidas estúpidas». Em declarações ao DN, Pedro Nunes apontou como exemplo «a introdução do relógio de ponto que, só por si, foi responsável pela debandada de uma dezenas largas, mesmo centenas de médicos».

O bastonário considera que a única maneira de a ministra conseguir suster a saída é através de «salários justos e medidas de carácter afectivo e melhores condições de evolução na carreira». Pedro Nunes considera que trazer de volta alguns profissionais do sector privado será «muito mais difícil».

Em declarações ao DN, o dirigente do Sindicato Independente dos Médicos, Carlos Santos, considera que a única maneira de travar a saída dos médicos é através de «uma justa política de incentivos, que ainda não está suficientemente generalizada no universo hospitalar». Mas também alterando a forma de funcionamento e organização dos hospitais, já que para o dirigente sindical «a carência de médicos em algumas especialidades» torna «difícil manter profissionais com estas especialidades, sem programas de incentivos adequados».
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