O primeiro implante do ouvido médio - TVI

O primeiro implante do ouvido médio

Operação - [arquivo]

Hospitais da Universidade de Coimbra realizaram técnica que pode melhorar a qualidade de vida dos doentes com surdez neurosensorial

Relacionados
Os Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC) realizaram este mês, pela primeira vez, uma cirurgia que permite colocar um implante auditivo em pessoas com surdez neurosensorial, melhorando de forma significativa a sua qualidade de vida, conforme foi anunciado esta quarta-feira.

O director do Serviço de Otorrinolaringologia dos HUC, António Diogo Paiva, disse à Lusa que o recurso a estes implantes do ouvido médio é já prática comum, desde há alguns anos, na Europa, e um pouco mais nos Estados Unidos da América, onde tem demonstrado sucesso nas pessoas afectadas pelo tipo de surdez que se vai instalando com o envelhecimento.

«As pessoas ouvem, mas não percebem o que se lhes está a dizer», disse o professor catedrático da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, adiantando que estes problemas auditivos levam a que as pessoas se isolem e até se deprimam.

De acordo com o director do Serviço de Otorrinolaringologia dos HUC, «a partir dos 50/60 anos, cerca de 30 por cento da população é afectada por surdez». «A esperança de vida é cada vez maior e, à medida que se vai envelhecendo, a audição vai-se degradando», referiu.

Os implantes do ouvido médio «destinam-se a uma fatia muito importante da população» e representam «uma boa esperança na qualidade de vida destas pessoas», adiantou.

Por outro lado, «têm uma grande importância» quando as pessoas não toleram as próteses auditivas convencionais. «Há muita gente a rejeitar as próteses. Esta é uma alternativa», referiu o otorrinolaringologista, adiantando que estes implantes têm uma qualidade de som «muito superior» à daqueles dispositivos externos.

Doente de 78 anos foi a primeira contemplada

Através de uma intervenção cirúrgica, o implante é colocado no ouvido médio e a bateria minúscula que o alimenta inserida entre a pele e o osso. Após o processo de cicatrização, um «software» faz o ajustamento e afinação do dispositivo, à semelhança do que se verifica com as próteses auditivas.

De acordo com o director do Serviço de Otorrinolaringologia, o primeiro implante aplicado nos HUC destinou-se a uma doente de 78 anos, que se encontra ainda em fase de ajustamento do dispositivo.

«Um serviço como este tem todas as condições para concretizar um programa específico para a aplicação destes implantes e tratamento deste tipo de surdez», sustentou António Paiva.

O primeiro implante do ouvido médio aplicado nos HUC ocorreu no âmbito do 10º Curso, pós-graduado, de Microcirurgia Otológica e Oto-endoscópica, organizado pelo Serviço de Otorrinolaringologia.
Continue a ler esta notícia

Relacionados