Incêndios: oito suspeitos detidos em Vila Real este ano

A GNR identificou oito pessoas, desde o início do ano, suspeitas de atearem incêndios no distrito de Vila Real, que, esta semana, tem registado cerca de 30 fogos por dia, uma média «fora do normal» para a época.

Este está a ser um inverno atípico. A falta de precipitação e o vento seco de leste têm criado condições para a propagação dos fogos.

Desde o início do ano, as autoridades registaram 300 alertas de incêndios no distrito de Vila Real, enquanto que, em igual período do ano passado, foram apenas 80.

A GNR identificou oito pessoas suspeitas de terem ateado fogos, devido a queimadas mal calculadas de excedentes da atividade agrícola ou para renovação de pastagens.

Almor Salvador, segundo comandante do Centro Distrital de Operações de Socorro de Vila Real, disse à Agência Lusa que, esta semana, o distrito transmontano tem registado uma média de 30 fogos por dia.

O caso mais grave ocorreu na quarta-feira quando, por causa de uma queimada que se descontrolou, um idoso morreu carbonizado na freguesia da Campeã.

O responsável fala em «falta de cuidados» por parte da população que, por esta altura, efetua as queimadas. «Não há chuva há muito tempo, está tudo seco», salientou.

Almor Salvador diz que, de uma maneira geral, tem havido «meios para o combate aos fogos», acrescentando que, na quarta-feira, foi pedido, pela primeira vez este ano, o auxílio do Grupo de Intervenção de Proteção e Socorro (GIPS) da GNR.

Desde o início da semana está também estacionado um helicóptero pesado em Vila Real, que é acionado pelo comando nacional da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) para as ocorrências mais graves ou em parques naturais.

Este meio vai permanecer na cidade transmontana pelo menos até ao dia 29 de fevereiro.

Os concelhos do distrito que mais têm sido afetados pelos fogos são os de Montalegre, Vila Real, Vila Pouca de Aguiar e Alijó.

O comandante dos bombeiros de Vila Pouca de Aguiar, Manuel Borges Machado, referiu que o número de ignições que se tem registado no seu concelho tem sido «completamente fora do normal» para a época.

Manuel Borges Machado disse ainda que os bombeiros «têm feito um esforço imenso» até porque, neste momento, não contam com o apoio da ANPC para os «combustíveis ou a alimentação dos homens».

«Tem sido a associação a suportar esses custos e nós, todos os dias, temos saído, no mínimo, duas a três vezes para combater incêndios», salientou.

Desde o início do ano a ANPC registou mais de 3.300 ignições em todo o país, a grande maioria das quais este mês. O total de ocorrências na quinta-feira foi de 343, tendo sido mobilizados 2.857 homens e 809 viaturas.