Benavente: assistência demorou a socorrer vítima - TVI

Benavente: assistência demorou a socorrer vítima

  • Portugal Diário
  • 7 mar 2008, 20:42

Homem de 60 anos morreu com paragem cardíaca. Assistência diferenciada demorou «algum tempo» a ser accionada

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Um homem com cerca de 60 anos morreu quinta-feira vítima de paragem cardíaca na estrada entre Benavente e Samora Correia, numa situação em que a assistência diferenciada demorou «algum tempo» a ser accionada, disse fonte dos bombeiros à agência Lusa.

Amaro Lopes, comandante da corporação de bombeiros de Benavente, disse à agência Lusa que, de facto, houve «algumas dificuldades de contacto com o CODU (Centro de Orientação de Doentes Urgentes) para accionar a ajuda diferenciada», mas escusou-se a fazer qualquer juízo de valor sobre as implicações dessa demora.

«A articulação entre as diversas entidades por vezes não é a ideal», disse, escusando-se a dizer qual foi o tempo de demora no contacto com o CODU.

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Outra fonte disse à Lusa que os socorristas enviados ao local logo após o alerta do CODU, dado às 16h56, quando verificaram que a situação do doente exigia assistência diferenciada de uma viatura médica de emergência e reanimação (VMER) estiveram 19 minutos sem conseguir contactar o CODU.

«É sempre subjectivo e ingrato» avaliar se essa situação teve implicações no salvamento da vítima, disse Amaro Lopes, sublinhando que «por vezes a ajuda diferenciada chega com celeridade e as coisas nem sempre correm bem».

Miguel Cardia, comandante dos bombeiros municipais de Samora Correia e responsável pela protecção civil municipal, não quis comentar este caso concreto, mas declarou-se «revoltado» pela dúvida que fica sempre sobre se poderiam ter salvo uma vida.

Miguel Cardia disse à Lusa que, na sequência da morte de um médico, por paragem cardio-respiratória, no passado dia 27 de Fevereiro a 400 metros do quartel de bombeiros de Samora Correia, enviou uma carta ao primeiro-ministro e aos ministros da Administração Interna e da Saúde a pedir que, «por favor, parem com isto».

Nesse caso, o CODU accionou uma ambulância de Almeirim quando o quartel de Samora Correia estava a 400 metros da ocorrência e a VMER de Vila Franca, entretanto solicitada pelos bombeiros de Samora, alertados localmente, veio de Marinhais, para onde tinha sido enviada quando a de Santarém se encontra 10 quilómetros mais perto daquela localidade, disse.

«Não está em causa quem erra, mas estas situações revelam fragilidades no sistema, que não está articulado», disse, considerando que os técnicos de emergência deveriam estar junto dos Centros Distritais de Operações de Socorro e não concentrados nos CODU, que cobrem áreas geográficas muito vastas.

No caso de Samora Correia, disse, «está gravado», o CODU admitiu um erro na inserção do código que levou ao accionamento da ambulância de Almeirim, situada a cerca de 20 quilómetros do local.

«Fica para sempre a dúvida sobre se esta vida se salvaria ou não», disse, frisando que o seu apelo ao Governo é um alerta para situações que «não podem continuar a acontecer, pois estão a ceifar muitas vidas».
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