Morreu à espera de assistência - TVI

Morreu à espera de assistência

  • Portugal Diário
  • 6 mar 2008, 12:05
INEM [Arquivo]

Havia bombeiros perto, a 400 metros, mas INEM chamou outros, a 57 quilómetros de distância. Instituto de Emergência Médica já admitiu que «a resposta a esta ocorrência não terá sido a mais satisfatória» Alijó: «Falta de profissionalismo»

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Um erro na activação dos meios de socorro terá contribuído para a morte de um homem, de 51 anos, em Samora Correia, que se esvaiu em sangue enquanto esperava pela chegada dos bombeiros. A notícia foi avançada pelo JN que conta que, em vez de activar os bombeiros daquela vila, localizados a 400 metros de casa da vítima, o INEM optou por mandar para o local a corporação de Almeirim, que se situa a 57 quilómetros de distância.

O porta-voz do INEM, Pedro Coelho dos Santos, disse ao PortugalDiário que «a resposta a esta ocorrência não terá sido a mais satisfatória». O INEM já abriu um inquérito para «apurar o que se passou, o que correu mal, por que correu mal», mas para já ainda não há nenhuma conclusão.

Urgência: «O que quer que faça?»

O responsável diz ainda que «o doente foi assistido por uma ambulância e uma VMER (Viatura Médica de Emergência e Reanimação), mas admite que o socorro não chegou «no tempo desejado», embora não esclareça quanto tempo esperou o doente.

Ao JN, a viúva conta que esperou 45 minutos pela ambulância. O caso aconteceu em 27 de Fevereiro. O doente tinha sido sujeito, duas semanas antes, a uma traqueotomia para lhe retirar um tumor. Nessa noite, sofreu uma pequena hemorragia, que levou a família a ligar para o 112.

Com os bombeiros tão perto, a família estranhou que passados 15 minutos ainda não tivesse chegado a ambulância. E um médico amigo contactou directamente o Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU), que lhe garantiu que os meios estavam a caminho.

Como não chegavam, decidiu ligar à corporação de Samora Correia que lhe disse não ter sido chamada, em vez disso, estavam a caminho os bombeiros de Almeirim.

Os bombeiros de Almeirim regressaram ao quartel e o apoio chegou então da corporação de Samora Correia. «Não fomos chamados e tínhamos meios disponíveis», assegurou ao JN, o comandante Miguel Cardia, que disse que já fez queixa ao Procurador-Geral da República, através do Ministério Público de Benavente, e aos ministérios da Saúde e da Administração Interna.

Duarte Caldeira, presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, garantiu JN, que Samora Correia «é uma das [corporações] mais bem organizadas e apetrechadas do país», considerando este incidente «revelador da falta de organização e accionamento dos meios de socorro pré-hospitalar».
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