Luz do Sameiro: famílias recorrem do arquivamento - TVI

Luz do Sameiro: famílias recorrem do arquivamento

  • Portugal Diário
  • 29 out 2007, 15:05
Foto cedida pelo Jornal Região da Nazaré (Joana Fialho)

Seis pessoas morreram. Inquérito foi arquivado por falta de provas

A estrutura representativa dos pescadores vítimas do naufrágio do Luz do Sameiro anunciou hoje que vai recorrer da decisão do Ministério Público (MP) de Alcobaça de arquivar o inquérito relativo ao naufrágio do barco.



«Vamos recorrer. É ponto assente», disse à Lusa José Festas, presidente da Associação Pró Maior Segurança dos Homens do Mar, que integra todos os familiares das vítimas do Luz do Sameiro, residentes em Caxinas, Vila do Conde.



O MP de Alcobaça arquivou o inquérito ao naufrágio do barco Luz do Sameiro, que encalhou há dez meses na praia da Légua, Alcobaça, matando seis dos sete tripulantes, e cujos destroços deverão ser retirados até final do mês.



Fonte judicial disse à agência Lusa que o inquérito realizado pelo MP de Alcobaça foi arquivado por falta de provas, não tendo demonstrado responsabilidades criminais das autoridades ou dos próprios tripulantes no acidente.



José Festas contesta a desresponsabilização criminal das autoridades, afirmando que a própria decisão ministerial de alterar o socorro no mar, na sequência do acidente, tem, implícito, o reconhecimento de culpas.



«Se não houve culpas no socorro, então por que é que o ministro está a fazer mudanças no socorro?», questionou o presidente da estrutura de pescadores, que concorda com a inexistência de responsabilidade dos pescadores.

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A Lusa tentou, sem êxito, uma reacção do armador da embarcação, Manuel Maio.



O barco encalhou no areal a menos de 50 metros da praia da Légua no dia 29 de Dezembro de 2006 e morreram seis dos sete tripulantes da embarcação, que estava sedeada em Vila do Conde. Alguns dos marinheiros agarraram-se à embarcação durante três horas até que a Força Aérea e as autoridades conseguiram chegar ao local, tendo resgatado apenas um dos tripulantes, um ucraniano de 46 anos.



No despacho de arquivamento, que foi hoje noticiado pelo Jornal de Notícias, o MP atribuiu a gravidade da tragédia ao mau estado do mar, que prejudicou as operações de salvamento e arrastou a embarcação para uma zona de rebentação.
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