Limites da Suíça aos imigrantes europeus «não são positivos» - TVI

Limites da Suíça aos imigrantes europeus «não são positivos»

José Cesário

Secretário de Estado das Comunidades diz que resultado do referendo poderá criar dificuldades aos portugueses que estão há pouco tempo no país

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O secretário de Estado das Comunidades Portuguesas diz que o resultado do referendo suíço que aponta para a limitação da entrada de cidadãos da União Europeia no país «não é positivo».

José Cesário afastou qualquer consequência para a comunidade portuguesa que «na sua esmagadora maioria está a residir há mais de dez anos» no território helvético e «encontra-se perfeitamente integrada».

O governante admitiu que o resultado do referendo possa criar dificuldades para quem está na Suíça há pouco tempo e peça uma autorização de residência duradoura e para quem quiser emigrar para este país.

José Cesário ressalvou que «quem não tem qualquer tipo de qualificação profissional é quem enfrenta maiores dificuldades».

Os suíços decidiram este domingo em referendo voltar a limitar a entrada de cidadãos de países da União Europeia (UE) no seu mercado laboral, através da instituição de quotas anuais que devem aplicar-se daqui a três anos.

Os resultados oficiais de todos os cantões suíços - à exceção de Zurique, onde está por concluir o escrutínio do último distrito, que não alterará o resultado final - indicam que a iniciativa denominada «Contra a Imigração em Massa» foi aceite por 50,3% dos votantes.

«Não é um resultado positivo, nem para quem pretenda emigrar para a Suíça, nem sequer para Europa da livre circulação para a qual estivemos a trabalhar ao longo destas últimas décadas», defendeu José Cesário, em declarações à Lusa.

O secretário de Estado afirmou que se vai agora «aguardar calmamente pelas negociações entre a União Europeia e o Estado suíço para a revisão do acordo de livre circulação, que existe, e ver as consequências exatas, em termos concretos».

Numa primeira face este resultado irá «atingir apenas aqueles que pretendem hoje emigrar para a Suíça e aqueles que residem lá há muito pouco tempo», explicou José Cesário que acrescentou que «a possibilidade de adquirir autorizações de residência com caráter duradouro possa vir a estar em causa».

Na Suíça residem «cerca de 250.000 portugueses ou um pouco mais e para estes, para já, não há qualquer espécie de consequência». O secretário de Estado está, aliás, «firmemente convencido de que a Suíça precisa deles, e as autoridades e a população suíças tem-no dito».

A proposta de limitação de entrada de imigrantes que foi hoje a referendar foi apresentada pelo partido de Extrema-Direita União Democrática do Centro (UDC), e também restabelece o princípio da preferência pelos trabalhadores suíços face aos estrangeiros, que se encontrava abolida para todos os trabalhadores oriundos dos países da União Europeia.
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