Mais de 22 mil inscritos para aulas de português no estrangeiro - TVI

Mais de 22 mil inscritos para aulas de português no estrangeiro

José Cesário, PSD

Secretário de Estado das Comunidades acredita que este número possa «crescer bastante»

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O número de alunos inscritos online para frequentarem aulas de português no estrangeiro no próximo ano letivo ultrapassa os 22 mil na véspera do fim do prazo, disse hoje à agência Lusa o secretário de Estado das Comunidades.

«O universo a que se dirigia esta inscrição era de 35 mil alunos - não estão aqui incluídos os alunos dos cursos integrados - e neste momento ultrapassamos os 22 mil», disse José Cesário, sublinhando que o prazo de inscrição só termina às 24 horas de quinta-feira.

«Só no último dia tivemos quase 3 mil inscrições, por isso é bem provável que [os números] ainda venham a crescer bastante», acrescentou.

O Governo determinou que os alunos que pretendam frequentar aulas de português na rede de ensino paralelo apoiada pelo Estado português no estrangeiro no próximo ano letivo têm que fazer uma pré-inscrição online e passar a pagar uma propina anual de 120 euros, medidas contestadas por sindicatos, pais, professores e representantes das comunidades.

José Cesário considerou que o processo de inscrição «está a decorrer muito bem», revelando «grande empenhamento dos professores, dos cônsules e dos pais».

«Há países em que os resultados são muitíssimo bons, como por exemplo a Suíça ou a Holanda. O próprio Reino Unido não está nada mal, a Alemanha não está mal... há uma série de países em relação aos quais estou muito satisfeito», disse.

O titular da pasta das Comunidades estimou que, incluindo os alunos do sistema integrado, no próximo ano letivo deverão frequentar os cursos de Ensino de Português no Estrangeiro (EPE) cerca de 50 mil alunos contra os 56 mil do atual ano escolar.

José Cesário ressalvou, no entanto, que se trata apenas de uma estimativa, faltando o apuramento final dos números.

O prazo para as inscrições online, inicialmente previsto para decorrer entre 30 de março e 20 de abril, foi alargado numa primeira fase para 27 de abril e depois para 03 de maio.

«Não vamos perder muito em relação ao ano anterior», sublinhou, adiantando que no próximo ano a rede será alargada a locais onde atualmente não existe.

O secretário de Estado das Comunidades, que tutela o ensino no estrangeiro através do Camões ¿ Instituto da Cooperação e da Língua, explicou que depois de apurados os números das inscrições serão feitos «ajustamentos aos horários já existentes em função das necessidades».

«Logo de seguida abriremos o processo de pagamento para o próximo ano», disse.

Questionado sobre a possibilidade de alguns dos cerca de 400 professores serem dispensados, José Cesário adiantou que os números das inscrições não apontam nesse sentido.

«De um modo geral, estamos a fazer um esforço para que a rede se mantenha, embora com uma distribuição geográfica um pouco diferente. Admito que no final a rede fique com um número parecido com o atual», disse.

Admitiu contudo que a redefinição geográfica da rede poderá implicar a não renovação de comissões de serviço a docentes em alguns locais e a admissão de professores em outros locais.

José Cesário anunciou ainda para a próxima semana o início das inscrições online para os alunos de português nos Estados Unidos e Canadá, onde o ensino de português não conta com o apoio oficial de Portugal.

«Aqueles alunos vão passar a integrar também a rede, o que não quer dizer que vamos pagar o ensino. Vamos proporcionar alguns apoios, nomeadamente manuais escolares, formação para os professores e certificação», disse José Cesário.
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