Juiz investiga alegada extorsão a Pinto da Costa - TVI

Juiz investiga alegada extorsão a Pinto da Costa

Pinto da Costa e Carolina Salgado

Advogado Lourenço Pinto disse no TIC que defensor de Carolina pediu «compensação» para a cliente em troca do silêncio. Defensor da ex-companheira do líder portista nega tudo. Juiz ordena diligências de prova

Relacionados
O Tribunal de Instrução Criminal do Porto (TIC) requereu à Ordem dos Advogados que levante o sigilo profissional ao advogado Lourenço Pinto, que chegou a representar Pinto da Costa em vários processos contra Carolina Salgado, por considerar que o depoimento do causídico é «da maior importância para a descoberta da verdade quanto ao crime de extorsão» alegadamente praticado pela autora de «Eu, Carolina» em relação ao ex-companheiro.

De acordo com informações recolhidas pelo PortugalDiário, através da consulta do processo, o juiz solicitou ainda à Vodafone que forneça a facturação detalhada das chamadas efectuadas e recebidas por Lourenço Pinto, durante Maio de 2006.

O objectivo é comprovar uma chamada efectuada pelo advogado de Carolina Salgado, José Dantas, para o telemóvel do colega, em Maio de 2006, alegadamente a solicitar uma compensação para a sua cliente em troca do silêncio.

A decisão do juiz Artur Ribeiro foi tomada na sequência da inquirição de Lourenço Pinto, esta quarta-feira, no TIC, na instrução de um processo em que Carolina está acusada de furto qualificado de vários bens pertencentes ao presidente do F.C. Porto no valor aproximado de 300 mil euros.

Lourenço Pinto diz que Carolina exigiu compensação para manter «pacto de silêncio»

Inquirido pelo juiz, o advogado Lourenço Pinto relatou ter recebido uma chamada telefónica de José Dantas, por volta do dia 12 de Maio de 2006, numa altura em que almoçava com Pinto da Costa no Hotel Sheraton, no Porto.

Na versão de Lourenço Pinto, a conversa foi colocada em alta voz tendo informado o colega de que iria passar o telefone a Pinto da Costa.

A conversa prolongou-se «durante um tempo considerável», sendo que «José Dantas solicitou a Pinto da Costa uma compensação para que a Carolina mantivesse um pacto de silêncio pois ela pretenderia escrever um livro (. . .)», disse.

Em resposta, o líder portista esclareceu «que não aceitaria chantagens e que ela poderia publicar o livro», disponibilizando-se para escrever o prefácio e pagar à editora, desde que a autora desse dez por cento da receita à instituição «Coração da Cidade».

Lourenço Pinto escusou-se a revelar o conteúdo da sua conversa com o colega, alegando que só o divulgará caso a Ordem dos Advogados autorize.

O advogado refere ainda que a chamada pode ser confirmada pela célula próxima do hotel, acrescentando que o repasto foi pago pelo presidente do F.C. Porto com cartão de crédito.

Pinto da Costa diz que silêncio de Carolina custava 500 mil euros. MP de Gaia arquivou queixa

Refira-se que o Ministério Público arquivou, no âmbito do mesmo processo, a queixa-crime contra Carolina relativa ao alegado crime de extorsão, por «falta de indícios».

O presidente do FCP acusava a antiga companheira de lhe propor «um pacto de silêncio» em troco de 500 mil euros. Caso contrário, ameaçava revelar documentos que o poderiam «colocar na prisão». Quando foi ouvido no processo, o líder portista referiu ainda que o advogado José Dantas ligou a Lourenço Pinto durante «um jantar» e que falou com Pinto da Costa tendo-lhe proposto um acordo a troco do silêncio, mas sem especificar verbas.

Já no livro «Luzes e Sombras de um Dragão», o dirigente portista refere que José Dantas lhe ligou para a sede do F.C. Porto a pedir um encontro e a referir que Carolina queria 500 mil euros para estar calada, senão escreveria um livro.

Estas declarações motivaram um processo-crime do advogado José Dantas contra Pinto da Costa que ainda se encontra pendente.

José Dantas admite passar a testemunha

Ouvido pelo PortugalDiário o advogado de Carolina Salgado negou as declarações de Lourenço Pinto, apenas acrescentando que admite depor como testemunha no processo bem como solicitar o depoimento de outras pessoas que também assistiram às conversas que manteve com o colega. Para isso, teria de renunciar ao mandato, já que não pode ser testemunha e advogado no mesmo caso.
Continue a ler esta notícia

Relacionados