Amigo de infância confirma agressividade do alegado estripador - TVI

Amigo de infância confirma agressividade do alegado estripador

Estripador

José Guedes, que está a ser julgado, em Aveiro, pelo homicídio de uma prostituta em 2000, terá dito que «ia ficar famoso por matar»

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Um amigo de infância de José Guedes, que está a ser julgado no tribunal de Aveiro pelo homicídio de uma prostituta, em 2000, confirmou, nesta terça-feira, durante a audiência de julgamento, o instinto agressivo do arguido.

Henrique Reis, que foi ouvido por vídeo-conferência, como testemunha de acusação, disse não ter ficado surpreendido quando leu nas notícias que José Guedes era suspeito de ter matado várias mulheres em Lisboa e em Aveiro, lembrando que o arguido lhe dizia que «ia ser famoso por matar».

Questionado pela procuradora do Ministério Público, o antigo colega de José Guedes relatou vários episódios vividos pelos dois durante o tempo de permanência na antiga Escola de Artes e de Ofícios dos Carvalhos - o colégio dos Carvalhos - em Vila Nova de Gaia, caraterizando o arguido como um «revoltado».

A testemunha chegou mesmo a dizer que o arguido terá gizado um plano com um grupo de miúdos para matar um segurança do colégio, a quem chamavam «o carrasco», usando espetos de ferro. «A sorte dele foi não ter aparecido nessa noite, se não tinha desaparecido», afirmou.

Henrique Reis falou ainda sobre o alegado gosto do arguido para degolar as galinhas que roubavam para fazer o assado ao domingo e adiantou que a primeira coisa que aquele fez, quando saiu do colégio, foi comprar uma faca que lhe chegou a encostar «várias vezes» ao pescoço.

Ainda durante a sessão de hoje, o tribunal ouviu um inspetor da brigada de homicídios da Polícia Judiciária, que foi o titular da investigação, após a reabertura do processo.

José Bento disse que, apesar de o alegado homicida ter sempre negado no inquérito ter estado em Aveiro, a PJ conseguiu recolher provas de que o arguido teria estado a trabalhar na construção do centro de saúde de Ílhavo, em 1998, dois anos antes do crime.

A advogada de defesa de José Guedes requereu, entretanto, a realização de uma terceira perícia psiquiátrica ao arguido, solicitando que, desta vez, a diligência seja feita numa entidade diferente do hospital de Aveiro.

As duas primeiras perícias - uma solicitada pelo Ministério Público e outra pela defesa - foram levadas a cabo pelo Departamento de Psiquiatria e Saúde Mental do Hospital de Aveiro.

O julgamento continua no dia 29, com a inquirição das últimas testemunhas arroladas pelo Ministério Público e uma testemunha do demandante.

Ainda no mesmo dia, vão começar a ser ouvidas as testemunhas de defesa, entre as quais Teófilo Santiago, atual responsável pela PJ de Aveiro.

José Guedes está acusado pelo Ministério Público de um crime de homicídio qualificado e de outro de fogo posto.

Segundo o despacho de acusação, a que a Lusa teve acesso, entre 13 e 16 de janeiro de 2000, José Guedes abordou a vítima no lugar da Póvoa do Paço, em Esgueira, com o pretexto de com ela manter relações sexuais remuneradas.

O presumível homicida terá conduzido depois a jovem a uma casa isolada em construção, onde supostamente lhe desferiu diversos golpes na cabeça, usando um instrumento contundente não determinado, e ter-lhe-á apertado o pescoço, causando-lhe lesões fatais.
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