BES: lesados protestam no Novo Banco da Rua Augusta - TVI

BES: lesados protestam no Novo Banco da Rua Augusta

Protesto constitui um “apelo à esquizofrenia institucional do Banco de Portugal” e ao “autismo dos responsáveis máximos”

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Dezenas de lesados do BES protestam hoje em frente à filial do Novo Banco na Rua Augusta, em Lisboa, mas a associação que os representa já avisou que se “desmarca” de qualquer comportamento ilícito, como a invasão de instalações.

“Não nos deixamos intimidar por ameaças”, disse à Lusa no local do protesto o vice-presidente da Associação dos Indignados e Enganados do Papel Comercial (AIEPC) do Grupo Espírito Santo (GES), Alberto Neves, referindo-se ao anúncio do Novo Banco de que iria tomar “as medidas legais” necessárias contra comportamentos ilegais.

O protesto desta-sexta-feira constitui um “apelo à esquizofrenia institucional do Banco de Portugal” e ao “autismo dos responsáveis máximos”, nomeadamente membros do Ministério das Finanças e outros dirigentes do setor financeiro.

Alberto Neves disse ainda que “é chegada a hora” de ser “sanado o impasse” de resolução dos problemas dos lesados com a compra de papel comercial do Grupo Espírito Santo (GES) aos balcões do Banco Espírito Santo (BES).

Em frente a esta agência do Novo Banco os manifestantes gritam palavras de ordem como “queremos o nosso dinheiro” e “vigaristas”, apitando e buzinando sem parar.

“O barulho que fazemos é para quebrar o silêncio” sobre a resolução dos problemas dos lesados, explicou o vice-presidente da associação.


Quanto ao aviso do Novo Banco de que tomará “medidas legais”, Alberto Neves reiterou que “a missão da associação é exercer o direito à indignação, mas é gente ordeira e de boa-fé e desmarca-se de todos os atos isolados que alguns lesados possam fazer”, como a invasão de instalações bancárias, que a lei proíbe.

No local, estão dezenas de polícias que tranquilamente vigiam o protesto.

A 03 de agosto de 2014, o Banco de Portugal tomou o controlo do BES, após a apresentação de prejuízos semestrais de 3,6 mil milhões de euros, e anunciou a separação da instituição em duas entidades: o chamado 'banco mau' (um veículo que mantém o nome BES e que concentra os ativos e passivos tóxicos do BES, assim como os acionistas) e o banco de transição que foi designado Novo Banco.
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