As famílias ciganas do Bairro da Quinta da Fonte, no Concelho de Loures, podem aceitar regressar a casa, se o Governo assinar um documento a responsabilizar-se pela segurança local, disse esta quarta-feira o seu porta-voz, José Fernandes, noticia a Lusa.
«É uma questão de conversarmos todos mas seria já meio caminho andado para considerarmos um regresso», disse à agência noticiosa.
Apesar de ponderar um regresso das famílias ao Bairro, caso o Governo assine um documento, José Fernandes confessou que não voltará à Quinta da Fonte. «Não tenho condições psicológicas para voltar. Fui muito ofendido ali», contou.
Neste momento, as famílias encontram-se em negociações com o Governo Civil de Lisboa e, nos próximos dias, deverão reunir-se com a Segurança Social, segundo adiantou José Fernandes.
«Pedi à senhora Governadora dois dias para falar com as famílias para perceber qual é o caminho que elas querem seguir e, só então, poderei contactar a Segurança Social», explicou.
«Fomos sempre provocados e nunca reagimos»
José Fernandes garantiu ainda à Lusa, «se as famílias tiverem que voltar a manifestar-se» fá-lo-ão «sem recorrer à violência e sempre dentro da legalidade».
«Durante a nossa luta fomos sempre provocados e nunca reagimos, por isso não vai ser agora que isso vai acontecer», disse.
Em declarações à Lusa, Dalila Araújo lembrou esta quarta-feira as negociações que decorrem com as famílias ciganas e adiantou que, após uma nova reavaliação às casas destas famílias, foram sinalizadas 11 que inviabilizam o regresso imediato ao Bairro da Quinta da Fonte.
Dalila Araújo explicou que aquilo que o Governo Civil pode oferecer às 11 famílias é um apoio para um acolhimento temporário até ao mês de Setembro, sendo que caberá a cada uma deles apresentar uma solução para o seu caso.
HB
Famílias ciganas admitem regresso à Quinta da Fonte
- Redação
- 30 jul 2008, 23:35
Mas dizem que Governo tem de se responsabilizar pela sua segurança
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