Diário de prisão de Luaty publicado em novembro - TVI

Diário de prisão de Luaty publicado em novembro

Luaty Beirão

Livro não reunirá todos os cadernos que o ativista - uma das vozes mais críticas do regime angolano - escreveu, porque alguns ficaram retidos pelos guardas prisionais, segundo a Tinta da China, que vai editar a publicação. Relato é "muito impressionante"

O diário de prisão do ativista luso-angolano Luaty Beirão será publicado pela Tinta-da-China no final de novembro. Um relato "muito impressionante", segundo a editora, que incluirá revelações sobre o dia-a-dia na prisão, o medo de ser envenenado e ainda uma longa entrevista feita pelo jornalista Carlos Vaz Marques.

“Vou publicar no fim de novembro o diário de prisão, aquilo que o Luaty escreveu enquanto esteve preso, embora não tenhamos todos os cadernos que ele escreveu, porque alguns ficaram retidos pelos guardas prisionais e ele não consegue recuperá-los”, indicou à Lusa a diretora editorial Bárbara Bulhosa.

Um dos 17 ativistas detidos em junho de 2015 em Luanda e condenados em março deste ano pela justiça do país a penas de prisão entre dois anos e três meses e oito meses e meio por “rebelião e associação de malfeitores”, Luaty Beirão, 34 anos, foi provisoriamente libertado em junho e depois abrangido por uma amnistia geral, a par dos restantes condenados.

Chegou a fazer duas greves de fome e o seu diário contém, por exemplo, “listas do que ele precisava para comer, porque na prisão – e ele esteve em várias –, não aceitava nenhuma comida dada pelos guardas prisionais, por haver um grande risco de ser envenenado”, revelou a editora.

Ele só comia aquilo que a família lhe levava - e que tinha de poupar muito - e descreve as celas, os ratos nas celas, a vida na solitária, o que ouvia nas outras celas… É muito impressionante o relato dele”

Além do diário original, o livro incluirá também uma longa entrevista do jornalista da TSF Carlos Vaz Marques ao rapper e engenheiro eletrotécnico luso-angolano. Foi a solução "mais interessante para contar a história do Luaty”, segundo a editora.

“Na entrevista, o Luaty vai relatar o resto, aquilo que não está no diário, desde o processo à prisão, à greve da fome e, agora, a esta amnistia e àquilo que ele quer fazer no futuro com o que se tornou – porque se tornou, de facto, o símbolo da libertação de Angola”, frisou Bárbara Bulhosa.

          

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