Marcelo <i>arrasa</i> director da PJ - TVI

Marcelo <i>arrasa</i> director da PJ

  • Portugal Diário
  • 3 fev 2008, 23:32
Marcelo Rebelo de Sousa

Professor considera declarações de Alípio Ribeiro «gravíssimas»

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O catedrático e comentador político Marcelo Rebelo e Sousa considerou hoje «gravíssima» a declaração do director da Judiciária de que poderá ter havido precipitação na constituição como arguidos do casal Mccann e sublinhou que ela «matou a investigação» da PJ.

«O Director Nacional da Polícia Judiciária (PJ), no caso mais badalado cá dentro e lá fora, em que devia haver todos os cuidados relativamente ao que se pedia em tribunal, às diligências da Judiciária, à actuação do Ministério Público e à decisão dos juízes, o que é que vem dizer: A Judiciária esteve mal, o MP esteve mal e o juiz esteve mal porque não havia provas suficientes para constituição como arguidos», afirmou o comentador, no programa «Escolhas de Marcelo», na RTP1.

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«E nós ficamos com esta sensação: se isto é no processo mais badalado, como é que andarão os processos por aí na Justiça portuguesa. Razão tem o presidente da República quando deu aquela pantufada na sessão de abertura do ano judicial» a pedir que todos os operadores judiciários respeitem o Dever de Reserva, adiantou.

Na opinião de Marcelo Rebelo de Sousa, «se isto é assim, então a constituição de arguidos em muitos casos provavelmente é feita com a mesma leviandade que é agora declarada, como se estivesse a beber água, pelo director da Polícia Judiciária».

«Acho do outro Mundo a naturalidade com que ele, confirmando o que diziam os jornais ingleses e o que diziam os pais de Maddie, matou a investigação da Judiciária».

Relativamente às declarações do bastonário da Ordem dos Advogados, António Marinho Pinto, no último programa «Grande Entrevista», da RTP, de que algumas detenções realizadas no decurso do processo Casa Pia visaram «decapitar o Partido Socialista», em acções orientadas pela Polícia Judiciária (PJ), Marcelo Rebelo de Sousa considerou-as também «gravíssimas».

«Acusou-se impunemente. Prendeu-se impunemente pessoas que estavam inocentes. Mal chegaram à presença de um juiz foram imediatamente exculpados», argumentou o bastonário, acrescentando: «Aquilo visou decapitar o Partido Socialista (PS), não tenho dúvidas nenhumas. Aquilo esfrangalhou a direcção do Partido Socialista».

De acordo com o comentador, «o que está implícito nas declarações de Marinho Pinto é que o Governo PSD/CDS (Durão Barroso/Paulo Portas) manipulou a Judiciária para atacar o PS nas pessoas do secretário-geral Ferro Rodrigues e do deputado Paulo Pedroso».

«Isto é gravíssimo. Espero que os advogados de defesa e de acusação o chamem a testemunhar. É gravíssimo porque altera completamente o ambiente e o clima em relação ao processo Casa Pia», sublinhou.

«Os advogados de defesa ficam felicíssimos porque isto ajuda imenso os arguidos e vem confirmar a tese de que aquilo é tudo uma cabala. Ao contrário, os advogados das vítimas ficam numa posição fraquíssima, porque, de repente, toda a gente diz que houve uma montagem e que os miúdos (alegadas vítimas) foram para lá (...) num quadro de manipulação contra o PS», argumentou Marcelo Rebelo de Sousa.
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