Berardo: «Governo fez tudo para Jardim perder as eleições» - TVI

Berardo: «Governo fez tudo para Jardim perder as eleições»

Joe Berardo

Comendador justifica ainda as críticas ao secretário de Estado da Cultura

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O comendador Joe Berardo considera que «o Governo de Lisboa fez tudo para Alberto João Jardim perder as eleições» legislativas regionais que se disputaram a 09 de Outubro na Madeira.

«Sabem que Alberto João Jardim defende a Madeira melhor do que ninguém, como eu defendo a Cultura», disse o empresário madeirense numa entrevista à Lusa.

Joe Berardo admite ficar «muitas vezes surpreendido com afirmações do presidente Alberto João Jardim», adiantando: «Mas compreendo às vezes a reacção dele, como eu tenho, para chamar a atenção dos problemas é preciso chamar a atenção da comunicação social» e ser «pessoas controversas».

Sobre as críticas ao líder regional na questão da ocultação da dívida, o empresário argumenta que foi «Alberto João quem pediu para averiguar a dívida real da região», defendendo também que esta deve ser comparada com a de Portugal continental.

Joe Berardo criticou ainda «a forma como aconteceu a declaração do ministro das Finanças», próxima das eleições regionais, e «como foi levantada no Parlamento».

«Ele ainda não percebeu que a colecção não pertence ao Estado»

O comendador Joe Berardo insiste que o Estado não pode tmar a iniciativa de mandar reavaliar a Colecção da Fundação Berardo e garante que a leiloeira Sotheby`s só vai avaliar o acervo se der autorização.

«Ele [secretário de Estado da Cultura] ainda não percebeu que a colecção não pertence ao Estado. Eles têm é uma opção de compra [em 2016]. Para isso [a reavaliação] têm de me pedir uma autorização», disse Joe Berardo numa entrevista à agência Lusa.

Reagindo à notícia avançada pelo secretário de Estado, Francisco José Viegas, sobre o Governo da República ter pedido uma avaliação à leiloeira Sotheby`s do acervo da colecção de Arte Moderna e Contemporânea do Museu Fundação Berardo que deverá estar concluída em duas semanas, o coleccionador pede para este governante «ler a lei do parlamento» que estabelece o acordo, referindo-se ao Decreto-Lei nº 164/2006.

«Se querem entrar em conflito legal, nem a Sotheby's vai entrar sem a minha autorização. Não podem fazer uma valorização de uma coisa que não lhes pertence», sublinha o comendador.

«Se o Governo acha que a colecção Berardo e o meu esforço pela Cultura está a mais posso fazer uma sugestão: convoquem um referendo e o povo decide. Se decidirem que não é um bom de momento ter a colecção, saio de lá sem problema legal nenhum», sem exigir qualquer indemnização, propõe.

O comendador Joe Berardo disse ainda que quando falou da existência de um «saco azul» na Fundação Centro Cultural de Belém, não pretendeu «acusar alguém de má gerência dos fundos do Estado».

«O que estou a dizer é que é impossível e intolerável que uma instituição do Estado, dependente das pessoas que pagam impostos, pôr mais de 90 por cento do dinheiro em instituições do estrangeiro, quando estamos a promover Portugal em todo o mundo para virem fundos de fora para pagar as nossas dívidas. O exemplo tem de começar em casa», afirmou o coleccionador numa entrevista à agência Lusa.

Joe Berardo sustenta que «os cidadãos que pagam os impostos têm o direito de saber por que razão uma instituição do Estado, que tem um orçamento anual, tem aquele dinheiro em caixa», cerca de nove milhões de euros.
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