Greve: PSD, CDS e PS chumbam audição do diretor do SIS - TVI

Greve: PSD, CDS e PS chumbam audição do diretor do SIS

Confrontos no Chiado durante manifestação [Foto: Reuters]

Deputados do PCP e do BE queriam ouvir explicações sobre relatório que anunciava cenários «catastróficos» para manifestações

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Os deputados do PSD, CDS-PP e PS na comissão de Assuntos Constitucionais chumbaram a audição do diretor do SIS naquela comissão para explicar o «relatório confidencial» dos serviços de informação sobre cenários «catastróficos» para manifestações no dia da greve.

Segundo o deputado comunista António Filipe, o relatório descreve um cenário que «quase faz lembrar a Guerra dos Mundos», argumentando a necessidade de aferir se o seu conteúdo «induziu» as forças de segurança na sua atuação durante o dia da greve geral, na quinta-feira.

Por outro lado, o deputado do PCP considerou que o cenário traçado é quase baseado num «palpite», dada a alegada ausência de fundamentação, e disse ser um «enxovalho» para os serviços de informação que um relatório confidencial, que foi distribuído às forças de segurança, seja veiculado na comunicação social.

A deputada do BE Cecília Honório apoiou a iniciativa do PCP, alegando a «necessidade de esclarecer se não foi esta via que foi construído um cenário de apocalipse, que tenha sido o cenário contextual do passado dia 22».

A maioria PSD/CDS-PP, que tinha acabado de viabilizar a audição do ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, naquela comissão, para prestar esclarecimentos sobre a atuação das forças de segurança, que envolveram a agressão a dois fotojornalistas, recusou contudo este pedido.

«A existir esse relatório, terá sido enviado ao Ministério da Administração Interna», afirmou o social-democrata Hugo Velosa, que questionou se «as notícias sobre o relatório não têm um grau de falsidade» e sublinhou igualmente que existe um conselho de fiscalização dos sistemas de informação.

Telmo Correia, pelo CDS-PP, afirmou que «nem sempre aquilo que é reproduzido [nos jornais] é exatamente textual ou rigoroso».

O socialista Ricardo Rodrigues argumentou que quem deveria responder seria o conselho de fiscalização dos serviços de informação e não, em primeira linha, o diretor daqueles serviços.

No entanto, o grupo parlamentar do PSD pediu esclarecimentos ao conselho de fiscalização dos serviços de informação sobre este relatório.

«Pedimos uma clarificação junto do conselho de fiscalização. Aguardamos serenamente que o conselho de fiscalização nos informe sobre se houve ou não houve um relatório e se há alarmismo», anunciou a vice-presidente da bancada do PSD Teresa Leal Coelho.

«Estamos a dar os passos corretos, motivados por factos que consideramos relevantes», justificou.
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